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A dança que não parou: estudante de 12 anos que amputou a perna por câncer retorna ao balé de cadeira de rodas


Bailarina de 12 anos amputou perna por câncer e voltou a dançar

Seis meses depois de amputar a perna para tratar um câncer raro nos ossos, Kamilly Vitória, de 12 anos, voltou a dançar emocionando parentes e profissionais de saúde. A jovem, que sonhava retomar as aulas de balé, se apresentou em um festival interno da escola usando cadeira de rodas.

O diagnóstico de osteossarcoma — um tipo de tumor ósseo que afeta principalmente crianças e adolescentes — foi confirmado no fim do ano passado.

A mãe, Camila Henrique, lembra que os primeiros sinais surgiram de forma discreta.

"Ela começou a sentir uma dorzinha na tíbia um inchaçozinho, pouca coisa não dava pra se dizer, a gente nunca imaginava que ele dentro seria um câncer ", contou.

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O pai, Gilberto Bruno, diz que, antes da descoberta, a filha passou por consultas em que o incômodo foi tratado como 'dor do crescimento'.

"A gente ia aos hospitais, mas nunca pediram um raio-x. Depois de uma queda na escola, fomos ao Lourenço Jorge e lá fizeram o exame. Foi quando viram que era um tumor", disse.

O chefe do Centro de Oncologia Ortopédica do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), Walter Meohas, alerta para a importância de investigar queixas persistentes das crianças.

"O pai e a mãe devem sempre valorizar a dor que o filho relata, mesmo sem aumento de volume no local. Muitas vezes a dor é o primeiro sintoma do tumor. O diagnóstico precoce muda a forma de tratar e melhora a qualidade de vida", afirmou.

Para Kamilly, a notícia da amputação foi recebida em silêncio. "Eu fiquei um pouquinho triste, mas não demonstrei. Não queria mostrar para eles", disse.

A cirurgia aconteceu no último dia de 2024. Pouco tempo depois, ela já conseguia realizar sozinha atividades como tomar banho, subir escadas e preparar sua comida. "Só faltava dançar", contou.

O convite para voltar às aulas veio de uma madrinha. No início, Kamilly teve receio de não conseguir. Com apoio da professora e da família, adaptou os movimentos para a cadeira de rodas e subiu ao palco.

"Ela levou tudo de uma forma muito natural e ensinou muito pra gente", disse Taís Bordonne, diretora da escola de balé.

Kamilly ainda precisa terminar a quimioterapia e passar por uma cirurgia de reparo para poder usar a prótese, que não tem data para chegar. Até lá, continua dançando do jeito que for possível.

Com coragem, Kamilly supera amputação e volta a dançar balé

Reprodução/TV Globo

Kamilly reencontra a dança seis meses após perder a perna para o câncer

Reprodução/TV Globo

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