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B-R-O Bró chega mais cedo ao Piauí em 2025 com calor acima da média e aumento do risco de queimadas


Homem bebe água debaixo de sol forte no Centro de Teresina, Piauí.

Pedro Lima/g1

O Piauí vai enfrentar o B-R-O Bró mais cedo em 2025. De acordo com dados da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), há 80% de probabilidade de que o estado registre temperaturas acima da média e umidade do ar abaixo do recomendado já no mês de julho, antecipando o período mais quente e seco do ano — que tradicionalmente começa em setembro.

Segundo previsão do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/INPE) e da Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme), entre agosto e outubro as temperaturas no estado podem ultrapassar em até 2 °C a média histórica, especialmente na região Norte.

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A climatologista Sara Cardoso alerta que, a partir da segunda quinzena de agosto, a umidade relativa mínima pode cair para menos de 15% em municípios do Sudoeste e da região de Campo Maior.

“As temperaturas permanecerão acima da média climatológica (histórica), o que traz impactos diretos à saúde, à agricultura, à pecuária e aumenta o risco de incêndios florestais”, explicou Sara Cardoso.

Em algumas regiões do estado, os termômetros devem ultrapassar os 38 °C. No Centro-Norte, Sudeste e Sudoeste, a previsão é de máximas em torno de 39 °C em setembro. Já a mínima prevista para a mesorregião Sudoeste será de 15 °C em agosto e 20 °C em setembro.

Período mais quente do ano deve começar mais cedo no Piauí em 2025.

Divulgação/Semarh-PI

Risco de incêndios é alto e maioria tem origem humana

Com o calor intenso, baixa umidade e aumento na velocidade dos ventos, o ambiente se torna mais suscetível a queimadas. O diretor de Prevenção e Mitigação da Secretaria Estadual de Defesa Civil, Werton Costa, afirma que 99% dos incêndios registrados nesse período têm origem humana.

“A vegetação perde o verdor e vira combustível. Com o ar seco e os ventos, qualquer foco pode se espalhar rapidamente. Mas é importante lembrar: incêndio não é fenômeno natural. O ser humano é responsável por mais de 90% dos casos. Seja por queima de lixo, uso do fogo para limpeza de terreno ou negligência, quase sempre é ação humana”, alerta Werton.

Mesmo antes da chegada do pico do calor, o estado já tem registrado focos de incêndio. A maioria, segundo o diretor, está ligada ao uso irregular do fogo como ferramenta de limpeza fora do calendário agrícola — prática considerada crime ambiental.

Incêndio florestal iniciado na Bahia se aproxima de áreas de visitação do Parque Serra das Confusões, no Piauí.

Corpo de Bombeiros Militar do Piauí

Com a antecipação do calor e o agravamento das condições ambientais, autoridades reforçam a importância do cuidado individual e da denúncia de práticas ilegais de queimadas, especialmente neste período crítico.

“Brigadas municipais estão sendo treinadas e equipadas para atuar nas regiões mais vulneráveis, onde há histórico recorrente de queimadas. Nosso objetivo é prevenir e responder de forma eficiente aos incêndios. A atuação das brigadas nos municípios tem sido essencial para evitar que os focos se espalhem”, afirmou o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Piauí, coronel Arimateia Rêgo.

Arimateia reforçou ainda que a prevenção é um esforço coletivo. “Não coloque fogo em lixo, terrenos baldios ou vegetação. Cada atitude conta”, concluiu.

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