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Brincadeira, socialização e até descanso: creches para pets ganham destaque com rotina educativa e relatórios personalizados


Creches para pets ganham destaque em período de volta às aulas em Bauru

Com o fim das férias escolares e o retorno às rotinas mais estruturadas das famílias, um outro grupo também volta à ativa: os cachorros que frequentam creches para pets. O conceito é curioso, mas já é uma realidade consolidada no interior de São Paulo, especialmente em Bauru (SP).

Nestas creches, uma prática que lembra as escolas infantis humanas também foi adotada: a emissão dos "boletins de comportamento".

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Em uma creche localizada no bairro Vila Aviação, a rotina dos cães é levada a sério, mas com muita diversão e carinho. Os animais passam por uma inspeção ao chegarem e, depois, seguem para atividades físicas, mentais e de socialização.

Rekanto Pet, creche localizada no bairro Vila Aviação, em Bauru

Rekanto Pet/Reprodução

Em entrevista ao g1, o adestrador e sócio-proprietário da empresa, Fernando Garcia, explicou como funcionam as atividades dentro do espaço.

"Eles chegam pela manhã e, após uma inspeção em busca de possíveis problemas ou machucados, participam de atividades organizadas em grupos, com pausas para descanso ao longo do dia. Temos horários reservados para brincadeiras livres, enriquecimento ambiental, brincadeiras com água, petiscos, comandos e adestramento, passeios, socialização supervisionada e carinho", explica.

Ainda de acordo com o adestrador, em média, a creche recebe cerca de 50 a 60 pets por dia. Os cães são divididos por porte, idade e, principalmente, por comportamento e nível de energia. "Um cão pequeno e ativo pode brincar com um maior, desde que o temperamento seja compatível", complementa.

Com uma equipe composta por monitores treinados em comportamento e manejo positivo, adestradores e veterinários parceiros do estabelecimento, a rotina da creche é movimentada, funcionando o ano inteiro e sem período de férias.

Equipe é composta por monitores treinados, adestradores e veterinários parceiros do estabelecimento

Reprodução/Rekanto Pet

Boletim canino e 'augendinha'

Assim como nas escolas, as creches caninas também têm seus "boletins" sobre o desempenho e comportamento dos cães.

"Mantemos o tutor informado com vídeos, feedback e orientações. Fazemos avaliações de comportamento e, sempre que necessário, enviamos relatórios ou feedbacks personalizados aos tutores. Também temos uma comunicação constante via WhatsApp e redes sociais", diz Fernando.

Em média, a creche recebe cerca de 50 a 60 pets por dia

Reprodução/Rekanto Pet

Esses "boletins" costumam relatar os comportamentos do pet durante a estadia na creche. Em outra escola especializada, localizada no Centro de Bauru, são feitas avaliações da adaptação antes do dog começar a frequentar o espaço.

"Fazemos avaliação da adaptação, antes do dog começar a frequentar nosso espaço. E diariamente enviamos aos alunos da creche, através da 'augendinha', como foi o dia do seu peludinho", explicou Maria Victoria Coffone, proprietária do local.

Assim como nas escolas, as creches caninas também têm seus 'boletins' sobre o desempenho e comportamento dos cães

Reprodução/Vi dos Pets

As informações na famosa "augendinha" são observações sobre socialização, nível de energia, preferência por brinquedos ou grupos, alimentação, descanso e até curiosidades e travessuras da rotina.

Em meio a esse detalhes, histórias diferentes aparecem na rotina das creches.

"Já teve monitora caindo no chão com tamanha euforia ao abraço de um golden, monitora que estava gravando e o celular foi parar longe com a cabeçada de uma vira-latinha. Sempre compartilhamos as peripécias da turminha com as famílias. Eles adoram e interagem com muito bom humor", contou.

Informações na 'augendinha' são observações sobre socialização, nível de energia, preferência por brinquedos ou grupos, alimentação, descanso e travessuras da rotina

Reprodução/Rekanto Pet

'Aumizades'

Entre brincadeiras e latidos, vários cachorros criam verdadeiros laços de amizades. "Muitos pares inseparáveis. Costumo brincar que eles formam as gangues dos melhores 'aumigos'. É lindo ver como criam vínculos. Já tivemos até um 'casalzinho' que se dava tão bem que os tutores combinaram de se encontrar nos fins de semana. E nasceu um filhotinho do fruto desse amor", disse Maria Victória.

Na escolinha, existem cachorros de todos os tipos, seja o "bagunceiro da turma" ou o "CDF", que faz todas as tarefas sem dar nenhum trabalho.

"Temos os dois tipos. A 'bagunceira' sempre inventa novas formas de brincar, filhotona ainda, até bebedouro vira brinquedo. E o 'CDF' é aquele que já decorou a rotina, vai aproximando o horário da atividade já fica do lado da caixa criativa, olha para a gente como quem diz: 'Que horas vai montar?'", finalizou a proprietária.

Entre brincadeiras e latidos, vários cachorros criam verdadeiros laços de amizades

Reprodução/Vi dos Pets

Por que levar seu pet para uma creche?

As creches para pets têm ganhado espaço na rotina de muitos tutores. Além de oferecerem um local seguro durante o dia, elas ajudam no desenvolvimento físico, mental e emocional dos animais.

Um exemplo disto é o dos golden retrievers Filó, de quase dois anos, e Apolo, de um ano, que vivem com a tutora Thais da Silva Santana Mendes, de 33 anos. Os cães frequentam a creche quase todos os dias.

Filó e Apolo são Golden Retrievers que marcam presença na creche para pets em Bauru

Thais conta que tinha outra cachorrinha, chamada Lolla, e elas moravam em um apartamento. Lolla morreu de câncer no ano passado, mas deixou a experiência positiva da creche. Com isso, os pets dela, desde que tomaram todas as vacinas, foram liberados para também participar da escola.

Ainda segundo a tutora, o estabelecimento faz toda a diferença na vida dos cachorros, já que eles podem gastar toda a energia deles no local.

"A Filó e o Apolo simplesmente amam ir para a creche. É só ouvir o barulho da mochila que os olhos já brilham. Tem dias que eles acordam até antes da gente, prontos para ir. O maior benefício da creche para eles é a socialização e o estímulo mental, físico e emocional do animal. Além disso, ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade, prevenindo comportamentos destrutivos e promovendo uma rotina mais saudável", explica Thais.

Por fim, Thais recomenda que os tutores, também conhecidos como "pais de pet", levem seus animais de estimação para as creches especializadas.

"A creche foi uma das melhores escolhas que fizemos para a Filó e o Apolo. Eles não só gastam energia de forma saudável, como também desenvolvem socialização, aprendem a conviver com outros cães e voltam para casa felizes e tranquilos. Além disso, nós, como tutores, ficamos mais tranquilos sabendo que eles estão sendo cuidados com carinho, atenção e responsabilidade. Recomendo de coração para todos os pais de pet", finaliza.

Filó, de quase dois anos, e Apolo, de um ano, são golden retrievers e participam de uma das creches

Arquivo pessoal

Segundo a tutora Thais da Silva, o estabelecimento faz toda a diferença na vida dos cachorros

Arquivo pessoal

Na escolinha, existem cachorros de todos os tipos, seja o 'bagunceiro da turma' ou o 'CDF'

Reprodução/Vi dos Pets

*Colaborou sob supervisão de Gabriela Almeida

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