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Com 168 animais marcados, pesquisadores monitoram tubarões-tigre em nova expedição científica em Fernando de Noronha


Pesquisadores monitoram tubarões-tigre em expedição científica em Noronha

Pesquisadores iniciaram a segunda expedição do ano em Fernando de Noronha para capturar, marcar e coletar amostras biológicas de tubarões. O foco principal é o estudo dos tubarões-tigre. Nos últimos cinco anos, 168 tubarões de grande porte já foram marcados para monitoramento na região (veja vídeo acima).

Atualmente, 49 tubarões estão equipados com rastreadores acústicos — sendo 36 da espécie tigre — e outros 16 tubarões-tigre possuem rastreadores via satélite.

“Temos 19 receptores espalhados ao redor da ilha que captam sinais dos rastreadores acústicos instalados nos tubarões”, explicou a coordenadora do Projeto Tubarões e Raias Bianca Rangel, que também é pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) .

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Segundo a estudiosa, em um ano foram marcados 36 tubarões-tigre, além de outras espécies. O objetivo é entender melhor o comportamento e o papel ecológico desses animais em Noronha.

“Essas informações são fundamentais para proteger tanto os tubarões quanto as pessoas”, destacou.

Parceria internacional

A pesquisa é realizada em parceria com o Instituto de Biociências da USP, o Instituto Federal do Espírito Santo (campus Piúma), a Florida International University e a Universidade KAUST, da Arábia Saudita.

A expedição acontece por dez dias e deve ser concluída no domingo (27). A equipe já instalou um rastreador via satélite em um tubarão-tigre de 3,5 metros de comprimento, permitindo o monitoramento quase em tempo real. Ainda faltam 21 transmissores a serem implantados.

“Nossa meta é instalar todos os transmissores, alguns com duração de até dez anos, o que permitirá acompanhar os tubarões a longo prazo”, afirmou Bianca.

Ela destacou, ainda, que a coleta de sangue ajuda a analisar a saúde dos animais, o estágio reprodutivo e as interações alimentares.

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Alguns tubarões marcados com rastreadores via satélite permaneceram próximos a Fernando de Noronha. Outros migraram por longas distâncias, como até a costa da África e a cadeia Vitória-Trindade, no Sudeste do Brasil.

De acordo com Bianca Rangel, a colaboração entre instituições é fundamental para entender a biologia dos tubarões e seus padrões populacionais. Essas informações são essenciais para conservar as espécies e ajudar na gestão ambiental de Fernando de Noronha.

Tubarão-tigre marcado em Fernando de Noronha

Bruno Galvão/Acervo pessoal

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