Os democratas venceram as eleições para os governos da Virgínia e de Nova Jersey nesta terça-feira (4). O resultado representa uma derrota política para o presidente Donald Trump e uma vitória para o ex-presidente Barack Obama, que apoiou as candidatas eleitas.

Na Virgínia, a democrata Abigail Spanberger venceu com folga a disputa e se tornou a primeira mulher a governar o estado. Ela derrotou a vice-governadora republicana Winsome Earle-Sears e vai substituir o republicano Glenn Youngkin.

Em Nova Jersey, a deputada federal Mikie Sherrill derrotou o republicano Jack Ciattarelli e vai suceder o também democrata Phil Murphy. É a primeira vez desde os anos 1960 que o estado elege governadores do mesmo partido por três mandatos consecutivos.

As duas eleições foram vistas como um teste para os democratas a um ano das legislativas de 2026, quando o controle do Congresso estará em jogo. Desde a vitória de Trump em 2024, o partido tenta se reorganizar e encontrar uma estratégia para reconquistar espaço nacional.

Tanto Spanberger quanto Sherrill centraram suas campanhas em temas econômicos, com foco no custo de vida. Elas também tentaram associar os rivais a Trump, buscando mobilizar eleitores democratas e independentes insatisfeitos com a condução do governo federal.

“Enviamos uma mensagem ao mundo de que, em 2025, a Virgínia escolheu o pragmatismo em vez do partidarismo. Escolhemos nosso estado em vez do caos”, disse Spanberger em seu discurso de vitória.

Durante a paralisação do governo federal, Trump ameaçou demitir servidores públicos — medida que afetaria diretamente a Virgínia, onde há grande concentração de funcionários federais. Ele também congelou bilhões de dólares em repasses para a construção de um túnel sob o rio Hudson, essencial para os deslocamentos diários em Nova Jersey.

O comparecimento às urnas foi alto nos dois estados, superando o das últimas eleições em 2021. A disputa em Nova Jersey foi a mais acirrada e bateu recordes de gastos, com democratas e republicanos investindo milhões de dólares em propaganda.

As vitórias democratas indicam insatisfação com os primeiros meses do governo Trump, mas analistas dizem que ainda é cedo para medir o impacto nas eleições de meio de mandato. Segundo pesquisa da Reuters/Ipsos, 57% dos americanos desaprovam o desempenho do presidente, mas o eleitorado segue dividido sobre qual partido apoiar em 2026.