General Tomás Paiva leu mensagem em cerimônia alusiva ao dia do Exército, celebrado no próximo sábado (19). Lula participou do evento no QG da instituição em Brasília. O general Tomás Paiva e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em imagem de 2024
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O comandante do Exército, general Tomás Paiva, defendeu nesta quarta-feira (16) a destinação de mais recursos para a área de defesa nacional – diante do cenário internacional – e afirmou que "imparcialidade e profissionalismo" devem guiar as ações dos militares da instituição.
Paiva deu as declarações durante uma cerimônia em alusão do Dia do Exército, realizada no Quartel-General em Brasília, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No próximo sábado (19), a instituição militar celebra 377 anos de existência.
Na chamada "ordem do dia", uma mensagem do comandante às tropas, o general Tomás Paiva citou o cenário internacional, no qual países passaram a ampliar investimentos em defesa, para destacar a importância de manter as Forças Armadas equipadas.
“Os investimentos em defesa vêm crescendo exponencialmente em todas as regiões do globo, uma realidade que sugere ao nosso País atenção redobrada em relação à proteção dos brasileiros e dos ativos consagrados pela Constituição”, declarou.
A guerra na Ucrânia e a política do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fizeram países europeus, como a Alemanha, ampliar gastos com defesa.
Países da União Europeia entendem que não dá mais para contar com o poderio militar dos Estados Unidos.
Por isso, o bloco europeu fez um acordo para aumentar os gastos com defesa em cerca de R$ 5 trilhões. A União Europeia teme que a Rússia decida invadir outro país depois da Ucrânia.
'Imparcialidade'
Os presidentes da República, Lula, e do Senado, Alcolumbre, conversam com o comandante do Exército, general Tomás Paiva, em cerimônia do Dia do Exército
Guilherme Mazui/g1
Desde 2023, o general trabalha para que o Exército não tenha o envolvimento com a política que teve na gestão de Jair Bolsonaro (2019-2022), quando militares da reserva e ativa ocuparam cargos de destaque no governo e, segundo a Polícia Federal e Procuradoria-Geral da República, se envolveram em uma tentativa de golpe de Estado.
Na mensagem lida nesta quarta-feira, Tomás Paiva pregou "imparcialidade e profissionalismo" na atuação dos militares.
“Nossa fortaleza, como Instituição de Estado integralmente devotada à missão constitucional, decorre da imparcialidade e do profissionalismo que sempre devem caracterizar nossas ações”, afirmou Paiva.
A cerimônia em comemoração ao Dia do Exército foi realizada no Quartel-General em Brasília. Após a derrota de Jair Bolsonaro para Lula nas eleições de 2022, apoiadores do ex-presidente acamparam em frente ao quartel e defenderam medidas inconstitucionais, como uma intervenção militar para manter Bolsonaro no poder.
Muitas pessoas que estavam acampadas em frente ao QG seguiram, no dia 8 de janeiro de 2023, até a Esplanada dos Ministérios e participaram dos atos de vandalismo nas sedes dos Poderes Executivo (Palácio do Planalto), Legislativo (Congresso Nacional) e Judiciário (no prédio do Supremo Tribunal Federal).
Até o momento, 497 pessoas já foram condenadas pelo STF em razão dos atos antidemocráticos. Na Câmara dos Deputados, tramita uma proposta para anistiar os envolvidos no 8 de janeiro.