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Confusão no Rei Pelé: MP-AL apura denúncias de excessos da PM após tumulto em jogo do CSA


Saiba mais sobre confusão no estádio Rei Pelé em jogo do CSA

A confusão registrada durante a partida entre CSA e Ituano, no Estádio Rei Pelé, em Maceió, no último sábado (16), gerou denúncias de torcedores sobre supostos excessos da Polícia Militar de Alagoas (PM-AL). O Ministério Público do Estado (MP-AL) instaurou procedimento para apurar os fatos e deve solicitar imagens das câmeras de segurança do estádio.

A Polícia Militar, por meio de nota, informou que a atuação policial foi necessária para conter o cenário de violência no estádio (leia na íntegra ao final do texto).

Segundo informações do promotor Silvio Azevedo, da 37ª Promotoria de Justiça da Capital (do Juizado do Torcedor), foi instaurado uma Notícia de Fato, que é o ponto de partida para um procedimento de apuração.

O órgão deve pedir imagens de câmeras de segurança e se reunir com o comando do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). A promotora de Justiça Karla Padilha, do Controle Externo da Atividade Policial, deve acompanhar as investigações.

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A direção do CSA protocolou uma representação encaminhada ao Governo do Estado, solicitando informações e providências quanto à atuação policial na partida. No documento, o clube destacou a situação de alguns torcedores, entre eles um homem quem ficou ensanguentado ao ser atingido na cabeça, e o filho de cinco anos, em choque.

Denúncias

Entre as queixas apresentadas está a de uma torcedora que registrou boletim de ocorrência relatando ter sido atingida na perna por um disparo de elastômero (bala de borracha) efetuado durante a dispersão da multidão. Ela afirmou não ter recebido socorro no local e buscou atendimento médico por conta própria.

"Ao final da partida, parte da torcida passou a xingar o árbitro, gerando um princípio de confusão. Nesse momento, um dos policiais se alterou e avançou em direção ao público, aumentando ainda mais a tensão. Na correria, acabei sendo atingida por um tiro de borracha e, ao mesmo tempo, diversas bombas foram lançadas", relatou a torcedora

Ela publicou também nas redes sociais que "os policiais não tiveram qualquer cuidado com quem estava no local, incluindo crianças, famílias e até autistas presentes, que ficaram extremamente agitados com toda a violência".

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Ação policial

A PM relatou que torcedores arremessaram objetos contra policiais, o árbitro e até em direção ao campo, além de agredirem militares com socos e pontapés. Para conter os envolvidos, a PM utilizou “instrumentos de menor potencial ofensivo”, como disparos de elastômero, e prendeu um homem de 29 anos por desacato e resistência.

Durante a ação, alguns militares ficaram feridos e receberam atendimento médico no local. A instituição também informou que eventuais excessos serão apurados internamente por meio de procedimentos administrativos. “As partes envolvidas serão ouvidas, tendo assegurado o direito constitucional ao contraditório e ampla defesa”, diz o comunicado.

Torcedora mostra perna machucada após ser atingida durante partida no Trapichão

Reprodução

NOTA - POLÍCIA MILITAR DE ALAGOAS

A Polícia Militar de Alagoas (PM-AL) vem a público manifestar-se a respeito do ocorrido na noite deste sábado (16), no Estádio Rei Pelé, durante a partida entre CSA e Ituano, válida pela Série C do Campeonato Brasileiro.

Ao final da partida, a PM registrou casos de confusão generalizada dentro e fora da praça esportiva. Durante a intervenção, diversos objetos contundentes foram arremessados na direção do campo, do árbitro e também contra os policiais. Em um dos casos, durante procedimento de desocupação da arquibancada, um homem de 29 anos foi preso por desacato. Ele resistiu à ação da PM e também estava entre os que arremessaram objetos. Foi necessária a intervenção do Pelotão de Choque.

Imagens do circuito de videomonitoramento do estádio mostram claramente aglomerados de torcedores atacando as patrulhas, incitando a violência, arremessando objetos, desferindo socos e pontapés contra os agentes de segurança pública e causando confusão por onde passavam.

Para preservar a integridade física dos militares e das famílias que estavam no local, foi necessário empregar o uso da força, incluindo a utilização de instrumentos de menor potencial ofensivo, como disparos de elastômero, para dispersar os envolvidos e neutralizar o ataque. Os militares feridos receberam atendimento médico no local.

A Corporação lamenta as cenas vistas no estádio e salienta que a paixão pelo futebol deve ser praticada de forma salutar e pacífica. A instituição também entende que a ação criminosa praticada por um grupo de torcedores não representa a totalidade dos alagoanos que torcem por seus times do coração. Do mesmo modo, a Polícia Militar enfatiza que a ação policial deve ser a de realizar a segurança ostensiva e a promoção da paz, empregando a força quando necessário, dentro da proporcionalidade e da legalidade.

As imagens do videomonitoramento serão utilizadas para identificar os agressores e causadores do tumulto. Quanto aos possíveis excessos, serão abertos os procedimentos administrativos disciplinares cabíveis para rigorosa apuração dos fatos. As partes envolvidas serão ouvidas, tendo assegurado o direito constitucional ao contraditório e ampla defesa.

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