Número de denúncias de abuso sexual no trabalho aumenta 19% em Campinas
O número de denúncias por assédio sexual no trabalho cresceu 19,14% na região de Campinas (SP), segundo dados do Ministério Público do Trabalho. De janeiro a julho de 2024, foram 47 processos registrados, número que subiu para 56 em 2025.
A advogada Thaís Cremasco informa que a vítima não tem obrigatoriedade de registrar boletim de ocorrência em casos do tipo, mas ressalta a importância de entrar com ação judicial da Justiça do Trabalho. Veja abaixo.
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Denúncias de assédio sexual no trabalho crescem 19% na região de Campinas, aponta MPT; vítimas relatam abusos
Reprodução EPTV
Casos na região
No sábado (2), em Amparo (SP), uma motorista de aplicativo conta que foi estuprada por um homem enquanto trabalhava.
Uma imagem de câmera de segurança mostra o carro da vítima parado em uma rua do centro da cidade, por volta das 20h, quando um homem se aproxima e conversa com a motorista por quatro minutos. Na porta, um adesivo indicava que o carro fazia transporte por aplicativo.
Depois de conversar com a vítima, o homem entra no veículo. No boletim de ocorrência, a vítima relatou que, durante a corrida o indivíduo investiu contra ela, tapou-lhe a boca e a estuprou. Depois, a mulher conduziu o passageiro até o ponto em que ele exigiu ser deixado.
Ainda segundo o BO, nesse momento um outro veículo passou pelo local e o autor usou o cabo de um carregador em torno do pescoço da vítima para impedir que ela gritasse. Ele fugiu com o celular da motorista, mas o aparelho foi encontrado depois, jogado em um matagal.
O suspeito do caso foi preso pela Polícia Militar e confessou o crime. A vítima foi atendida na Santa Casa de Amparo e passou por exame de corpo de delito. As roupas e o carro passaram por perícia.
Câmera de segurança registrou momento em que suspeito abordou motorista, em Amparo, no sábado (2).
Reprodução EPTV
A empresa de aplicativo de transporte lamentou o ocorrido e disse que auxiliou a PM para localizar o celular da vítima com o sinal de GPS instalado. Disse também que mantém canais de suporte à disposição.
Uma moradora de Valinhos conta que sofreu assédio sexual na empresa em que trabalhava, que começou com comentários. "Das coisas que ele me falava muito é que ele se deliciava no banheiro olhando as minhas fotos", relata.
A vítima, de 33 anos, estava no período de experiência quando criou coragem para fazer uma denúncia interna. Segundo ela, após a denúncia, a empresa ouviu somente a versão do denunciado.
"Não quiseram ver provas, não quiseram me ouvir. Eu tive que ouvir que ele disse que eu poderia estar dando abertura para que ele chegasse a esse ponto", denuncia.
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Orientações
Cremasco explica que a vítima não pode registrar boletim de ocorrência, inclusive online, mas que não há obrigatoriedade. Porém, a advogada reforça a importância de fazer a denúncia na Justiça do Trabalho.
"O mais importante é que ela entre com uma ação judicial na Justiça do Trabalho, alegando o assédio sexual e pedindo um dano em decorrência desse assédio. Pode ser um dano moral, em decorrência de toda a dor dessa violência, e um dano material caso essa mulher tenha de alguma forma adoecido ou perdido oportunidade de trabalho em decorrência da violência que sofreu", explica.
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