Em 2023, foram registradas 903 denúncias, o equivalente a 75 por mês. O número representa o maior volume da série histórica recente. Denúncias de trabalho infantil crescem 45% em SP
O estado de São Paulo registrou aumento de 45% no número de denúncias de trabalho infantil nos últimos cinco anos. O levantamento da GloboNews foi feito com base em dados da plataforma Disque 100, do Painel da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos.
Nesta quinta-feira, 12 de junho, é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil. Em 2023, foram registradas 903 denúncias — uma média de 75 por mês. O número representa o maior volume da série histórica recente.
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Em 2020, foram 626 casos; em 2021 e 2022 houve uma leve queda, com 585 e 589 registros, respectivamente. No entanto, o índice voltou a subir de forma significativa em 2023 e atingiu novo pico no ano passado.
Especialistas em infância e juventude apontam que o aumento nas denúncias também reflete uma maior conscientização da população, que tem se mostrado menos tolerante com a violação dos direitos de crianças e adolescentes, especialmente quando estão fora da escola para trabalhar.
Em todo o país, entre 2023 e abril deste ano, mais de 6.300 crianças e adolescentes foram identificados em situação de trabalho infantil e retirados dessas atividades. Grande parte deles atuava em funções que envolvem riscos à saúde e à integridade física, como na agricultura, pecuária e oficinas de manutenção de veículos.
O perfil das vítimas também chama atenção: três em cada quatro são meninos, a maioria com idades entre 16 e 17 anos. No entanto, 12% têm menos de 13 anos — idade em que qualquer tipo de trabalho é proibido pela legislação brasileira.
Em nota, o governo federal afirmou que o combate ao trabalho infantil é uma prioridade da atual gestão e que o crescimento das denúncias é reflexo do fortalecimento de campanhas de incentivo à população para identificar e relatar casos.
As denúncias podem ser feitas de forma anônima pelo Disque 100, disponível 24 horas por dia.
Grande parte das crianças e adolescentes atuava em funções que envolvem riscos à saúde e à integridade física.
Valter Campanato/Agência Brasil