Dia dos Pais: pais e filhos refletem sobre a importância da paternidade no dia a dia
Neste Dia dos Pais, o g1 mostra como paixões podem atravessar gerações, criando memórias e fortalecendo vínculos.
As histórias de duas irmãs que herdaram do pai o gosto pela pescaria e um torcedor fanático do Atlético Mineiro que transmitiu aos filhos o amor pelo clube são exemplos de como hobbies podem se transformar em legados afetivos.
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Pescaria é mais do que um hobbie
Sabrina, Rinaldo e Bianca com a filha Maria Júlia: pescaria como elo afetivo que atravessa gerações
Sabrina Sousa e Bianca Sousa/Arquivo pessoal
Para Sabrina e Bianca Sousa, a pescaria é mais do que um passatempo: é um elo com o pai, Rinaldo, que morreu há quatro anos. A atividade segue sendo um portal para as memórias afetivas, a prova de que o amor e os ensinamentos de um pai podem atravessar o tempo.
Morador do bairro Vila Aurora, em Bom Despacho, ele transformava finais de semana em momentos de união e silêncio compartilhado às margens do Rio São Francisco.
A paixão de Rinaldo era tanta que, até hoje, a bolsa de pesca, as varas, molinetes, colete e camisas personalizadas com seu nome permanecem guardadas como relíquias.
"Meu pai foi pegando esse hábito, tanto que aqui em casa até hoje tem a bolsa dele, tem a vara, tem os molinetes, tem colete, tem camisa que ele fez com o nome dele", contou Sabrina, de 19 anos.
Quando as filhas nasceram, ele fez questão de compartilhar o prazer pela pescaria. "A gente ia todo final de semana. Ficávamos sexta, sábado e domingo. Meu pai ensinava a colocar a minhoca, ensinava a tacar a vara", relembrou.
O rio, cenário de tantas idas, carrega lembranças afetivas profundas para a família. "Todo momento que eu passo lá, lembro das pescarias. Era um momento muito aconchegante", descreveu Sabrina.
"Eu me sentia tão conectada com ele, porque aquele silêncio que a gente estava na hora de pescar, não era algo constrangedor. Era um momento que eu me sentia ainda mais próxima do meu pai".
A filha mais velha, Bianca, de 25 anos, também guarda com carinho cada ensinamento do pai. Ela se lembra da alegria de ver o pai mexendo nas redes e varas de pesca, sinal de que o fim de semana seria especial.
"Ele me ensinava a ter paciência, a observar, a aproveitar o silêncio, e tudo isso com muita sabedoria. Viraram ensinamentos que levo para a vida", afirmou.
Hoje, mãe solo da pequena Maria Júlia, de 5 anos, Bianca faz questão de manter vivo esse legado.
"Conto as histórias, repito os gestos e tento ser para ela esse porto seguro que ele foi para mim. Não é fácil ser mãe e pai ao mesmo tempo, mas com amor a gente dá conta. Quero ser para minha filha a metade que meu pai foi para mim", disse.
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Paixão pelo Atlético que passou de pai para filho
Joselito e o filho Bruno: paixão pelo Atlético uniu ainda mais a relação entre pai e filho
Josselito Perdigão/Arquivo pessoal
O empresário Josselito Perdigão, pai de cinco filhos atleticanos, é outro exemplo de como uma paixão pode unir gerações. O gosto pelo Atlético Mineiro nasceu nas idas ao estádio com o irmão e logo foi passado aos filhos, especialmente ao primogênito, Bruno Caravelli, de 36 anos.
"Meus filhos viam aquela euforia e também ficaram empolgados. Os mais velhos ficaram doentes pelo Galo", contou Josselito.
A memória mais marcante foi quando levou os filhos ao Mineirão e um jogador jogou uma camisa para Bruno. "Ele pulou em cima de todo mundo e pegou. E uma vez que o Galo veio jogar em Divinópolis aconteceu a mesma coisa. Parece até mentira, mas aconteceu duas vezes".
Para Bruno, as memórias mais vívidas de infância estão ligadas ao pai e ao Atlético-MG. A primeira ida ao Mineirão, aos quatro anos de idade, foi um marco inesquecível.
"Meu pai me levou no jogo do Galo pelo Campeonato Mineiro. Eu era pequenininho, ele me colocou no ombro dele. Depois, fomos juntos à loja do clube comprar o primeiro uniforme. Na época vinha numa caixinha com short, meião e blusa", conta Bruno.
Nem os momentos difíceis do time abalaram a parceria. "Quando não dava para ir ao estádio, a gente ouvia pela rádio na rua, sentado com a bandeira do Galo. Isso me aproximou ainda mais do time e, consequentemente, do meu pai".
Bruno reconhece que o fanatismo é herança direta do pai, a ponto de tatuar o escudo do clube. "Meu pai que me fez fazer isso tudo. Eu não tinha time, não entendia dessas coisas. Aí ele me levou a um jogo e virou o que virou".
Para Josselito, ver os filhos compartilharem da mesma paixão é motivo de orgulho.
"Para mim é um grande orgulho ver que eles estão seguindo o meu caminho, a minha paixão. Mas, mesmo que fosse diferente, eu os teria como muito amor assim mesmo."
Joselito com filhos e neto: amor pelo Galo virou tradição de família.
Josselito Perdigão/ Arquivo pessoal
*Estagiária sob supervisão de Mariana Dias
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