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Divaldo Franco: veja repercussão da morte de líder espírita


Divaldo lutava contra um câncer na bexiga desde novembro do ano passado e, na noite de terça-feira (13), teve falência múltipla dos órgãos. Divaldo Franco morreu aos 98 anos

Mansão do Caminho

O médium e líder espírita Divaldo Franco, que morreu nesta terça-feira (13), aos 98 anos, foi homenageado pela cantora Ivete Sangalo e autoridades políticas. A causa da morte ainda não informada, mas ele lutava contra um câncer na bexiga desde novembro do ano passado e, nesta noite, teve falência múltipla dos órgãos.

Através das redes sociais, Ivete Sangalo lamentou a morte do líder religioso e exaltou a trajetória de vida do líder religioso.

"Divaldo querido, nesse momento onde silenciosamente oro pela sua passagem com a paz infinita . Sua vida dedicada a abrigar, acolher e transformar tantos sem medir quaisquer esforços, sempre com doçura, sabedoria, resiliência e propósito, servirá de exemplo aqueles que assim como vc entendem a mensagem da caridade. Que honra estar nessa existência gozando da sua luz e sabedoria. Obrigada por sua linda caminhada, por todas as palavras de afeto e força. Vc descansa agora em paz merecida . Sentiremos sua falta meu querido. Vá em paz🙏🏻", escreveu Ivete Sangalo.

Por meio de nota, o prefeito de Salvador, Bruno Reis, também lamentou a morte de Divaldo.

“Recebo com profundo pesar a notícia do falecimento de Divaldo Franco, um dos maiores líderes espirituais do Brasil e um exemplo de dedicação à caridade, à paz e à promoção da dignidade humana. Sua partida deixa uma lacuna irreparável, mas seu legado de amor e serviço ao próximo permanecerá vivo por gerações”, declarou Bruno Reis.

Bruno Reis também expressou solidariedade aos familiares, amigos e admiradores do médium. “Que sua luz continue a nos inspirar na construção de uma sociedade mais justa, fraterna e compassiva”, finalizou.

O ex-prefeito de Salvador e vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto, prestou uma homenagem a Divaldo Franco.

“Lamento muito a morte de Divaldo Franco, um dos maiores líderes religiosos do Brasil. Carismático e atencioso com todos, Divaldo Franco sempre foi um defensor intransigente da paz, do respeito, da tolerância e da convivência harmoniosa entre todos os seres humanos”, declarou ACM Neto.

O ex-prefeito também destacou a importância da Mansão do Caminho, obra social criada por Divaldo na capital baiana. “Para quem não conheceu, vale a pena visitar a Mansão do Caminho, em Salvador, obra grandiosa que ele ajudou a construir, onde acolheu milhares de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade, oferecendo dignidade, educação e esperança.”

A Federação Espírita Brasileira prestou uma homenagem a Divaldo Franco nas redes sociais. [Veja imagem abaixo]

Federação Espírita Brasileira presta homenagem a Divaldo Franco

Reprodução/Redes Sociais

Um ato aberto ao público será realizado das 9h às 20h de quarta-feira (14), no ginásio de esportes da Mansão do Caminho, em Pau da Lima, para que as pessoas prestem suas últimas homenagens.

A pedido do médium, as cerimônias póstumas serão de curta duração, sem cortejo em carro aberto e o caixão permanecerá fechado. O sepultamento será às 10h de quinta (15), no Cemitério Bosque da Paz.

Reconhecido como um dos principais líderes religiosos do Brasil, ele começou a tratar o tumor assim que descoberto, ainda em fase inicial. O tratamento foi feito com sessões de radioterapia associada a “pequenas doses” de quimioterapia.

Natural de Feira de Santana, cidade a cerca de 100 km de Salvador, Divaldo dedicou mais de 70 anos ao espiritismo. Colheu os frutos de todo esse trabalho ao se consagrar como uma das vozes mais respeitadas na área.

Sua trajetória começou a ganhar destaque em 1952, quando fundou a Mansão do Caminho, localizada no bairro de Pau da Lima, em Salvador. A entidade acolhe e educa milhares de crianças que antes viviam em condições de miséria extrema.

Depois, na década de 1960, iniciou a construção de escolas, oficinas profissionalizantes e atendimento médico, transformando a entidade em um grande complexo educacional. Até hoje, o espaço atende crianças, jovens e famílias inteiras de baixa renda, com atividades diversas, ensino fundamental e médio, cursos profissionalizantes e atendimento de saúde. Todo o trabalho é mantido com a venda dos livros mediúnicos e das gravações de palestras, seminários, entrevistas e mensagens do próprio Divaldo.

O médium também fez carreira como autor de mais de 250 livros, muitos deles psicografados a partir de histórias de diversos espíritos. Em 2015, ele ganhou uma biografia assinada pela jornalista Ana Landi.

Divaldo Franco não deixou filhos biológicos, mas era reconhecido como pai de cerca de 685 pessoas que acolheu e instruiu ao longo dos anos na entidade espírita.

Mediunidade descoberta na infância

Nascido em 5 de maio de 1927, Divaldo Franco é o caçula de 12 irmãos. A biografia disponível na Mansão do Caminho conta que ele desenvolveu a mediunidade ainda na infância, mas sofreu com críticas e até surras dos pais que não entendiam e consideravam suas visões "demoníacas".

Com isso, seu contato inicial com o espiritismo foi difícil. Além da discriminação no meio familiar, Divaldo precisou lidar com visões perturbadoras e um espírito obsessor que o perseguia aos 7 anos.

A situação só melhorou anos depois, quando Divaldo enfrentou um problema de saúde que o deixou por meses acamado. Após recorrer a diversos médicos, a família enfim aceitou que uma médium o visitasse. Foi ela quem entendeu que ele era oprimido por um espírito e identificou sua mediunidade.

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Histórico de internações e luta contra o câncer

Em novembro de 2024, Divaldo Franco passou nove dias internado no Hospital São Rafael por conta dos desconfortos urinários — foi durante esse período que ele recebeu o diagnóstico de câncer na bexiga. O líder espírita recebeu alta hospitalar no dia 25 daquele mês, quando retornou para casa, no bairro de Pau da Lima.

Divaldo Franco volta a ser internado com infecção urinária

Mansão do Caminho

O tratamento contra o câncer começou no dia 2 de dezembro. Na ocasião, o Centro Espírita Caminho da Redenção (CECR) e as Obras Sociais Mansão do Caminho informaram que a primeira fase seria realizada no ambulatório do Hospital Santa Izabel, em Salvador, sem necessidade de internamento.

Nos 20 dias úteis seguintes, foram administradas sessões de radioterapia, com associação, em dias alternados, de pequenas doses de quimioterapia. Em meio a isso, Divaldo seguiu com acompanhamento de nutricionista e fisioterapeuta. Na época, a assessoria divulgou que o tumor de Divaldo era pequeno, localizado e não provocava dor.

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Em fevereiro deste ano, Divaldo foi internado pela segunda vez. Ele passou oito dias no Hospital São Rafael, em Salvador, para tratar uma infecção urinária.

"O Centro Espírita Caminho da Redenção e a Mansão do Caminho têm a alegria de informar que o médium Divaldo Franco encontra-se em casa, com sua saúde plenamente recuperada e quadro clínico estável", disseram em nota compartilhada no Instagram. Ele seguiu com as sessões de fisioterapia e os cuidados nutricionais indicados, sendo assistido por uma equipe de homecare.

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Câncer na bexiga

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), homens brancos e com idade avançada, como Divaldo, fazem parte do grupo com maior probabilidade de desenvolver esse tipo de tumor. A prevenção inclui não fumar — o tabagismo triplica o risco de câncer de bexiga — e evitar a exposição a derivados do petróleo, como tintas.

O Inca destaca que sintomas como sangue na urina, dor durante o ato de urinar e necessidade frequente de urinar, sem êxito, são sinais da doença. Pacientes que desenvolvem esses sintomas devem ser submetidos a exames para detectar ou descartar a presença de tumor.

Caso o diagnóstico seja confirmado, o tratamento segue e é variável, de acordo com o grau da doença. As possibilidades são cirurgia, radioterapia e quimioterapia — opção adotada pelos médicos que cuidavam do baiano. Os procedimentos podem ser feitos de modo isolado ou associados.

Divaldo Franco, líder espírita

Assessoria de Comunicação

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