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Eduardo disse a Bolsonaro que se 'anistia light' passar, EUA 'não vão mais ajudar'


Segundo PF, Eduardo mandou mensagens ao pai falando em "anistia light"

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) escreveu em mensagem ao pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), dizendo que, se a "anistia light" passar, os Estados Unidos não iriam mais ajudar.

"Se a anistia light passar, a última ajuda vinda dos EUA terá sido o post do Trump. Eles não irão mais ajudar."

E prossegue:

"Temos que decidir entre ajudar o Brasil, brecar o STF e resgatar a democracia OU enviar o pessoal que esteve num protesto que evoluiu para uma baderna para casa num semiaberto."

Mensagem de Eduardo Bolsonaro ao pai, Jair Bolsonaro, obtido pela PF. O órgão diz que a real intenção de Eduardo ao tratar de anistia não era beneficiar os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, mas sim garantir uma condição de impunidade ao pai

Reprodução

O diálogo foi obtido pela Polícia Federal (PF) no celular de Bolsonaro e faz parte da representação do órgão pelo indiciamento do ex-presidente e de Eduardo desta quarta-feira (20). Os dois foram indiciados por coação a autoridades no curso da ação penal do golpe de Estado, na qual o ex-presidente é réu. O pastor Silas Malafaia foi alvo de buscas e apreensão e foi levado para depor.

As mensagens foram enviadas por Eduardo ao pai em 7 de julho de 2025 e recuperadas pela PF no âmbito da Petição 14.129/DF, que investiga a tentativa de golpe de Estado e a abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Eduardo enviou a mensagem ao pai após o post do presidente americano, Donald Trump. Na Truth Social, o republicano escreveu que Bolsonaro é alvo de perseguição.

A PF diz no indiciamento que a real intenção de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao tratar de anistia não era beneficiar os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, mas sim garantir uma condição de impunidade a Bolsonaro.

No relatório, a PF informou que foram extraídos do celular de Jair Bolsonaro áudios e conversas com Malafaia e Eduardo Bolsonaro que haviam sido apagados.

Esses registros reforçariam, segundo os investigadores, as tentativas de articulação para intimidar autoridades brasileiras e atrapalhar os inquéritos que apuram a trama golpista.

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Adriano Machado/Reuters

Jair Bolsonaro e Eduardo indiciados

A Polícia Federal indiciou nesta quarta-feira (20) o ex-presidente Jair Bolsonaro e o filho dele, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por coação a autoridades no curso da ação penal do golpe de Estado, na qual o ex-presidente é réu.

A decisão consta de relatório entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) e também resultou em medidas contra o pastor Silas Malafaia, alvo de busca e apreensão e de retenção de passaporte.

Durante a investigação, com a restauração de dados salvos em backup, a Polícia Federal constatou intensa atividade de Jair Bolsonaro na produção e propagação de mensagens destinadas às redes sociais, em afronta à medida cautelar anteriormente imposta.

Conforme relatado, menos de uma hora após a ativação do novo celular, em 25/7/2025, às 11h09, o pastor Silas Lima Malafaia enviou mensagens a Jair Bolsonaro pedindo que o investigado “disparasse” dois vídeos, com as instruções:

“ATENÇÃO! Dispara esse vídeo às 12h”

“Se você se sente participante desse vídeo, compartilhe. Não podemos nos calar!”

Sobre Eduardo, o relatório descreve:

"O parlamentar licenciado passou a publicar, em seu perfil nas redes sociais, conteúdos em inglês, com o claro intuito de alcançar o público no exterior, além de interferir e embaraçar o regular andamento da AP 2668/DF e coagir autoridades públicas brasileiras."

Infográfico: Ida de Eduardo aos EUA desencadeou tornozeleira em Bolsonaro

Arte/g1

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