Em nota, governo brasileiro diz que políticos debateram 'alterações tarifárias em curso no cenário internacional'. Brasil tenta posição de equilíbrio em meio a disputa EUA-China. Vice-presidente, Geraldo Alckmin, participa de videoconferência com ministro chinês

Cadu Gomes/VPR

O vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Comércio da China, Wang Wentao, discutiram em uma videoconferência nesta sexta-feira (11) "as alterações tarifárias em curso no cenário internacional".

Segundo a assessoria de Alckmin, os dois políticos "convergiram na defesa do multilateralismo" e do "fortalecimento da Organização Mundial do Comércio (OMC)".

A reunião acontece em meio à guerra tarifária protagonizada pelos Estados Unidos, comandados por Donald Trump, e pela China, governada por Xi Jinping.

O Brasil tem forte corrente de comércio com os dois países, e tem tentado se manter em uma posição de equilíbrio estratégico no confronto até o momento.

A nota divulgada por Alckmin não cita explicitamente, mas faz referência ao tarifaço definido por Trump no começo da semana. O norte-americano recuou na maioria dos anúncios, mas manteve e redobrou a hostilidade contra a China – primeiro país a anunciar retaliações em igual medida.

Trump volta a taxar produtos chineses e pausa cobrança de outros países

🔎 Os produtos brasileiros foram taxados em 10% pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como parte desse pacote de tributação sobre o mundo inteiro. Essas tarifas, no entanto, foram pausadas por 90 dias.

🔎 A tarifa adicional de 25% sobre o aço e o alumínio brasileiros enviados para os Estados Unidos, anunciada em fevereiro, segue em vigor.

🌏 A China, por sua vez, anunciou nesta manhã que vai aumentar as tarifas de importação de produtos que chegam dos EUA de 84% para 125% Os EUA já confirmaram que as tarifas impostas ao país asiático somam 145%.

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BRICS na pauta

Segundo a nota da equipe de Alckmin – que também é ministro da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) – as duas autoridades trataram também da próxima reunião de ministros de finanças do Brics.

Alckmin e Wang Wentao ainda discutiram cooperação econômica e comercial e "repassaram a relação comercial bilateral, as oportunidades e complementariedades das duas economias".

A China é o maior parceiro comercial do Brasil, à frente dos Estados Unidos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) planeja uma viagem a Pequim em maio, quando terá encontros com o presidente chinês, Xi Jinping, e com líderes da Celac, grupo de países da América Latina e Caribe.

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