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Governador diz que avalia com Lula ações de combate ao tráfico interestadual de armas e drogas: 'Bahia não tem essa indústria'


Governador da Bahia comenta dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública no estado

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), se posicionou, nesta sexta-feira (25), sobre os dados da última edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Divulgado na quinta (24), o levantamento aponta o estado como o segundo mais violento do Brasil.

Conforme o estudo, que foi produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, das 10 cidades mais violentas do país, cinco são baianas, sendo Jequié, no oeste, a detentora do segundo lugar no ranking dos municípios brasileiros. A entidade diz ainda que essas cidades sofrem com disputas de facções pelo controle do tráfico de drogas.

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Em entrevista à TV Oeste, afiliada da TV Bahia na região, Jerônimo disse que a Bahia sofre a influência de outros estados, e informou que avalia ações de combate ao tráfico interestadual de armas e drogas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"O nosso maior inimigo é o crime organizado. A Bahia não produz armas. De onde vem essas armas? É um comércio. A Bahia não tem essa indústria de drogas. Vem de fora. Eu tenho mediado muito uma conversa com o presidente Lula, para a gente poder encerrar essas coisas nas fronteiras, porque é responsabilidade federal. A nossa parceria com a Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal é muito grande e isso tem trazido pra nós um grande efeito", ressaltou.

Governador diz que avalia com Lula ações de combate ao tráfico interestadual de armas e drogas

Reprodução/TV Oeste

O governador destacou que, desde 2024, quando os números foram coletados, o estado já teve reduções. Ele também reforçou que as ações são diárias e destacou o trabalho no oeste do estado nos próximos dias.

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As atividades administrativas do governo foram transferidas temporariamente para cumprimento de agenda de Jerônimo em cidades da região.

"De 2024 a 2025, nós já reduzimos muito esses indicadores. E a ação é diária. Nós vamos entregar, agora, delegacias, comando de polícia, 62 viaturas, compra de armas, capacitação, cursos, inteligência. São ações que estamos fazendo diariamente".

Entenda estudo

Os dados divulgados nesta semana são referentes aos números do ano passado e as taxas de violência são calculadas a cada 100 mil habitantes. No ranking entre os estados, a Bahia fica atrás apenas do Amapá.

Veja ranking das 20 cidades e dos estados mais violentos, segundo dados do Anuário de Segurança Pública

Além de Jequié, estão na lista das cidades mais violentas do Brasil, Feira de Santana, Juazeiro, Simões Filho e Camaçari.

Infográfico - Ranking de cidades mais violentas do Brasil em 2024.

Arte/g1

Apesar da Bahia ocupar cinco das 10 posições do ranking, houve uma diminuição de 8,4% no número de mortes violentas no estado. No relatório de 2023, seis cidades baianas estavam entre as 10 mais violentas do país.

Os dados desse ano também demonstram diminuição nos índices de violência em pelo menos quatro cidades: Jequié, Camaçari, Simões Filho e Feira de Santana. A cidade de Juazeiro registrou um crescimento em relação aos dados do último ano. (Veja abaixo)

O g1 não teve acesso aos dados de 2023 referentes às cidades de Porto Seguro, Santo Antônio de Jesus, Ilhéus e Salvador.

Em nota enviada na quinta-feira, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) informou que, nos últimos dois anos, houve redução no número de mortes violentas: 6% em 2023 e 8,2% em 2024.

A SSP-BA também afirmou que a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) fez um trabalho específico em Jequié e que, depois disso, não houve registro de aumento de mortes violentas na cidade. Na ocasião, a secretaria não especificou o tipo de trabalho nem quando foi realizado.

10 cidades mais violentas do Brasil

Aeroporto e BR-242

Jerônimo Rodrigues comenta sobre as obras no aeroporto de Barreiras e da BR-242

Ainda durante entrevista à TV Oeste, o governador falou sobre o andamento das obras de ampliação do Aeroporto de Barreiras. Segundo ele, a previsão é de que o trabalho seja concluído até agosto do ano que vem.

"Nós combinamos com a empresa que, já nos próximos três ou quatro meses, nós acabaremos a pista. A empresa vai fazer um formato que, quando tiver um pouso, eles suspendem a atividade, o avião pousa, troca os passageiros, decola e volta a obra", detalhou Jerônimo.

A ampliação e requalificação do Aeroporto de Barreiras reúnem cerca de R$ 63,43 milhões em investimentos. Além da pista, está entre as principais intervenções a construção de um novo Terminal de Passageiros (TPS), com área de 2.200 m² — quase quatro vezes maior que o atual —, com capacidade para atender até 300 passageiros por hora em horários de pico.

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O gestor, que visitou a obra nesta sexta-feira, pontuou ainda detalhes da nova pista. "A pista central vai ser ampliada e nós chegaremos a 1950 metros, o que poderá permitir o pouso de grandes aeronaves. Temos mais 300 metros que são áreas de segurança".

Também estão previstas a reforma e adequação da taxiway, construção de um novo pátio de aeronaves e implantação de sistemas de drenagem, balizamento noturno e auxílios à navegação.

BR-242, no oeste da Bahia

Reprodução/TV Oeste

Outro assunto abordado por Jerônimo foi a duplicação da BR-242, importante rodovia de escoamento de produtores da região. O trecho específico fica entre as cidades de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães — uma reivindicação antiga de moradores da região.

A obra, que ainda não tem data para começar, receberá investimentos do governo federal, pelo Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ao todo, serão aplicados investimentos de quase R$ 120 bilhões em obras e serviços no estado.

Em entrevista, o governador disse que tem tratado sobre o assunto com os ministros da Casa Civil, Rui Costa (PT), e dos Transportes, Renan Filho (PMDB).

"Nós estamos dialogando para que a gente possa, nos próximos meses, dar a ordem para que possa ser licitada a concessão da BR-242 e, assim, a gente poder fazer a duplicação dela, fazer acesso com o anel em Barreiras", pontuou.

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