Ônibus ficou destruído após emboscada protagonizada por torcedores do Cruzeiro

Magno Dantas/TV Globo

A Justiça de Minas Gerais condenou, em decisão desta segunda-feira (4), o Cruzeiro Esporte Clube e a torcida organizada Máfia Azul a pagarem R$ 100 mil por danos morais ao pai de Mateus Freitas Ferreira, de 20 anos, morto após uma emboscada a um ônibus com torcedores do Atlético, em novembro de 2021. Cabe recurso.

A decisão é da 22ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte e determinou que tanto o Cruzeiro quanto a torcida organizada devem responder juntos pelos danos causados, mesmo que o clube não tenha participado diretamente do ataque.

A Máfia Azul informou que ainda não foi notificada da decisão. O g1 também procurou o Cruzeiro e aguarda retorno.

O ônibus em que Mateus retornava de um jogo entre Atlético-MG e Fluminense foi atacado por integrantes da Máfia Azul, que cercaram o veículo na região do Barreiro, em Belo Horizonte.

A agressão envolveu paus, barras de ferro, foguetes e coquetéis molotov. Ao tentar fugir, Mateus foi perseguido, espancado e não resistiu aos ferimentos. (relembre abaixo)

A polícia confirmou que todos os acusados pelo crime eram, à época, membros da Máfia Azul, incluindo o então presidente da torcida.

A Justiça considerou que a torcida organizada pode ser responsabilizada pelos atos violentos cometidos por seus integrantes, mesmo que as agressões aconteçam longe do estádio ou fora do horário dos jogos.

A sentença também aponta que o Cruzeiro deve dividir a responsabilidade pelo crime com a torcida organizada, de acordo com a Lei do Esporte, que prevê punição a clubes quando torcidas com vínculo com eles cometem atos violentos.

Além do pagamento da indenização, os réus foram condenados ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios fixados em 10% do valor da condenação.

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Relembre o caso

O ataque ocorreu no dia 28 de novembro de 2021, após partida válida pelo Campeonato Brasileiro. Cerca de 30 integrantes da torcida Máfia Azul emboscaram o ônibus da linha 6350, que levava aproximadamente de 45 torcedores do Atlético.

Segundo a Polícia Militar, os agressores jogaram coquetéis molotov, destruíram o veículo e impediram a saída das vítimas.

Onze pessoas ficaram feridas. Mateus teve morte cerebral confirmada dois dias depois. Seis homens foram presos e denunciados pelo Ministério Público por um homicídio consumado e nove tentativas de homicídio.

Em maio de 2023, dois dos envolvidos, Walker Marcelino Gouveia Lopes e Gustavo Luiz da Silva, foram condenados a 56 e 61 anos de prisão, respectivamente.

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