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Justiça converte em preventiva prisão de avó e companheiro suspeitos de abandonar bebê


Testemunhas disseram à polícia que ele foi atacado por cães após ser abandonado, em Angelândia, na Região do Vale do Jequitinhonha. O recém-nascido chorava muito e já tinha parte da orelha e um dos dois pés amputados. Recém-nascido é encontrado em lote vago de Angelândia

A Justiça converteu em preventiva a prisão em flagrante do casal suspeito de envolvimento no abandono de um recém-nascido encontrado em um lote vago em Angelândia, Região do Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. A decisão foi publicada na noite deste domingo (20) pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

Populares acionaram a polícia após encontrarem um bebê jogado em um lote vago, sendo atacado por cães. A criança estava em estado grave, com mutilações nos pés e orelha. O bebê seria filho de uma adolescente, de 16 anos, que teria dado à luz sozinha e jogado o bebê por cima do muro.

Segundo relatos, a avó da criança e o companheiro viram o bebê no lote, mas não prestaram socorro. Na casa deles, a polícia encontrou indícios de parto recente e tentativa de fuga (mala com roupas pronta).

O recém-nascido chorava muito e já tinha parte da orelha e um dos dois pés amputados. Ele foi encaminhado de helicóptero, em estado grave, ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte, onde permanece internado.

O texto da decisão da Justiça diz que "a existência de endereço fixo declarado nos autos não basta para a concessão da liberdade provisória". Pela legislação brasileira, a prisão preventiva é aplicada no curso da investigação, antes da condenação final e não tem data para acabar.

A adolescente, mãe do bebê, foi detida por ato infracional análogo ao crime de tentativa de homicídio qualificado. Segundo a Polícia Civil, após ser ouvida ela "aguarda decisão do Ministério Público para dirimir sobre sua eventual internação".

O casal deu entrada no Presídio de Capelinha na tarde deste domingo (20).

Recém-nascido foi encontrado em lote vago com parte da orelha e das mãos amputados após ser abandonado em Angelândia, no Vale do Jequitinhonha

Reprodução

Gravidez

A família foi localizada na casa de parentes na zona rural da cidade. Aos policiais, a adolescente, que usava uma cinta, negou que tenha feito um parto. Ela disse que usava a cinta apenas para afinar a cintura. O padrasto e a mãe negaram saber sobre a gravidez da filha.

A adolescente foi encaminhada a uma policlínica para exame. Segundo o laudo médico, ela "apresentava lacerações perineais e saída ativa de sangue". No exame de toque, foi constatado ‘colo de volume aumentado, anterior, com orifício interno e externo dilatados, além de sangue’.

A adolescente foi detida por ato infracional análogo ao crime de tentativa de homicídio qualificado. Segundo a Polícia Civil, após ser ouvida ela "aguarda decisão do Ministério Público para dirimir sobre sua eventual internação".

A mãe e o padrasto foram encaminhados para prestar depoimentos e estão presos em flagrante pelo crime de tentativa de homicídio qualificado.

Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), eles deram entrada neste domingo (20) no presídio de Capelinha e estão à disposição da justiça.

A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), que administra o Hospital João XXIII onde o recém-nascido está internado, não informou o estado de saúde dele.

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