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Lula diz que há 'genocídio' em Gaza e que governo de Israel precisa parar com 'vitimismo'


Sem citar Lula, embaixada de Israel no Brasil afirmou que autoridades ao redor do mundo 'compram mentiras' do grupo terrorista Hamas sobre o conflito no Oriente Médio. O presidente Lula concede entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto nesta terça-feira (3)

Reprodução/Canal Gov

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a condenar nesta terça-feira (3) ataques de Israel na Faixa de Gaza, onde militares israelenses estão em conflito com terroristas do Hamas. Lula classificou a ofensiva de Israel como um "massacre".

O petista disse que vai discutir sobre o tema com o presidente da França, Emmanuel Macron, durante visita que fará ao país europeu nesta semana.

"Um presidente da República não responde a uma embaixada. O presidente reafirma o que disse. O que está acontecendo em Gaza não é uma guerra, é um exército matando mulheres e crianças", disse Lula.

"Certamente, vamos discutir o massacre de Israel na Faixa de Gaza", antecipou Lula sobre as reuniões que terá com o francês.

É exatamente por conta do que o povo judeu sofreu na sua história que o governo de Israel deveria ter bom senso e humanismo no trato com o povo palestino. Eles se comportam como se o povo palestino fosse cidadão de segunda classe.

Nesta segunda-feira (2), a embaixada de Israel em Brasília divulgou uma nota na qual afirmou, sem citar nomes, que autoridades ao redor do mundo "compram mentiras" do grupo terrorista Hamas — que controla a Faixa de Gaza — e por isso atacam o governo de Benjamin Netanyahu.

A nota não faz menção a Lula. No último fim de semana, ao participar de um evento, o petista voltou a criticar as ações militares de Israel em Gaza, afirmando que o governo Netanyahu age com "vingança" contra os palestinos e que acontece um "genocídio" na região.

Desde que a guerra entre o governo de Israel e o Hamas começou, em outubro de 2023, o governo brasileiro tem defendido que as partes cheguem a um acordo de cessar-fogo permanente, que permita a entrada ininterrupta de ajuda humanitária para os palestinos.

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, estimam em cerca de 60 mil o número de pessoas que já morreram desde o início do conflito.

Além disso, o governo de Israel tem bloqueado ou permitido somente a entrada parcial de ajuda humanitária, abaixo do que a Organização das Nações Unidas (ONU) estima ser o necessário para atender à população.

Nesse cenário, o governo brasileiro tem feito reiteradas críticas à forma como Netanyahu conduz o processo, seja por meio de declarações do presidente Lula ou por comunicados oficiais divulgados pelo Ministério das Relações Exteriores.

Além disso, ao longo dos últimos meses, o governo brasileiro:

defendeu a saída completa das tropas israelenses de Gaza;

questionou os limites éticos e legais das ações militares do governo Netanyahu;

declarou que israelenses agem como "colonos" contra os palestinos;

afirmou que a estratégia militar israelense dificulta um eventual acordo.

Recentemente, ao participar de duas audiências no Congresso Nacional, o chanceler brasileiro Mauro Vieira se referiu ao que acontece em Gaza como "carnificina", afirmando também que o governo Netanyahu pratica "atrocidades" e reage de forma "desproporcional" contra o povo palestino, praticando medidas que "ultrapassaram todos os limites".

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