O cancelamento da condição de estudantes "os impediu de continuar os estudos e manter um emprego nos Estados Unidos" e os deixou "em risco de prisão, detenção e deportação", alega ação apresentada a um tribunal federal da Geórgia. Universidade de Harvard, nos EUA
Charles Krupa/Arquivo/AP Photo
Mais de 130 estudantes estrangeiros contestaram na Justiça dos Estados Unidos a revogação dos vistos de alunos universitários por parte do governo do presidente Donald Trump, segundo documentos judiciais aos quais a agência de notícias AFP teve acesso.
Apresentada a um tribunal federal da Geórgia inicialmente em 11 de abril, com a assinatura de 17 estudantes, até a noite desta terça-feira (15), a petição havia sido assinada por um total de 133 pessoas.
A contestação é direcionada à procuradora-geral, Pam Bondi; à secretária de Segurança Nacional, Kristi Noem; e ao diretor do Serviço de Imigração e Controle de Alfândega (ICE), Todd Lyons.
A ação afirma que as autoridades de imigração cancelaram "abrupta e ilegalmente" o status de estudante dos agora demandantes a partir de uma base especializada de dados de registro (Sistema de Informação de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio, Sevis), apesar de seus vistos cumprirem "plenamente" os requisitos.
Alguns foram identificados de maneira equivocada como pessoas com antecedentes criminais, acrescenta o documento.
O cancelamento da condição de estudantes "os impediu de continuar os estudos e manter um emprego nos Estados Unidos" e os deixou "em risco de prisão, detenção e deportação", alega a ação, que exige a correta reincorporação dos demandantes ao Sevis e a restituição do seu status legal.
Alguns estudantes, cujo anonimato é preservado nos documentos judiciais "pelo temor de represálias", procedem da Índia, China e Colômbia.
Nas últimas semanas, centenas de estudantes estrangeiros - mais de 500, segundo a emissora americana CNN - sofreram a revogação de seus vistos, enquanto outros, que participaram de protestos a favor dos palestinos, foram detidos e ameaçados de deportação, apesar de estarem legalmente nos Estados Unidos.
A administração Trump também intensificou os ataques contra várias universidades, incluindo Columbia e Harvard, que acusa de esquerdismo e de permitir o antissemitismo em seus campi.
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