Os suspeitos poderão responder pelos crimes de fraude eletrônica, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Entre os indiciados estão os principais operadores financeiros e responsáveis pela lavagem do capital. Quadrilha que aplicou golpes em sites de leilões falsos em MG é alvo de novos mandados
A Polícia Civil indiciou 38 investigados por envolvimento em investigação contra uma quadrilha que aplicou golpes em sites de leilões falsos em Uberlândia e Frutal. A conclusão foi divulgada nesta sexta-feira (6) e a investigação faz parte da operação Martelo Virtual.
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Os suspeitos poderão responder pelos crimes de fraude eletrônica, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Conforme a Polícia Civil, entre os indiciados estão os principais operadores financeiros e responsáveis pela lavagem do capital.
"A organização criminosa fez vítimas em oito estados. Centenas de pessoas foram lesadas pelo golpe do leilão falso. As fraudes eletrônicas causaram prejuízos milionários. Com os bens apreendidos, sequestrados e bloqueados judicialmente, a grande maioria das vítimas poderão ter seus patrimônios restabelecidos", afirmou o delegado Felipe Colombari.
Investigação
A primeira fase da força-tarefa ocorreu no final em abril de 2024. Segundo as investigações iniciadas pela delegacia de Frutal, o grupo movimentou mais de R$ 1 milhão em apenas um mês aplicando o golpe em Uberlândia, Frutal e outras cidades do país.
O grupo investigado desde 2023 agia em diversas cidades, não apenas no interior de Minas, como também em Curitiba e Rolândia, no Paraná.
Na primeira fase, um jovem de 27 anos e uma mulher, de 23, foram alvo da operação. Outras três ordens judiciais de buscas foram cumpridas sendo apreendidos celulares, que subsidiaram a continuidade da investigação.
Segundo o delegado de Frutal, João Carlos Garcia Pietro, uma das investigadas confessou que foi recrutada para receber os valores e indicou outros suspeitos para participarem, como um "esquema de pirâmide". A primeira vítima da quadrilha, inclusive, foi identificada em Frutal.
Já a segunda fase da operação cumpriu mandados contra os alvos em São Paulo.
"A Polícia Civil orienta a todo cidadão de bem que procure desconfiar de sites que não tenham a origem confirmada pelo Google, sites que apresentem preços muito baratos, que não condizem com a realidade e que pode indicar indícios de fraude. Toda esmola, o santo desconfia. Na dúvida, não faça o negócio para não ter problemas no futuro", disse Colombari.
Foram presas 12 pessoas, com apreensão de 32 veículos e bloqueio de outros 506. As autoridades também sequestraram 86 imóveis e bloquearam 1.023 contas bancárias, totalizando R$ 18 milhões em valores congelados.
Segunda fase da Operação Martelo Virtual PCMG
PCMG/Divulgação
Golpe do leilão falso
O Golpe do Leilão Falso ocorre através de sites de leilões que não existem. Assim, quando a vítima pesquisa leilões na região, os sites falsos são facilmente encontrados na plataforma de busca.
No caso investigado, os suspeitos criaram um site de leilão com o endereço semelhante a outro verdadeiro. Ao pesquisarem na internet, muitas vítimas acessavam o site falso promovido na plataforma pelos suspeitos.
Ao arrematar um suposto veículo, as vítimas eram direcionadas para uma conversa em aplicativo de mensagens, sob o pretexto da finalização das tratativas. Nesse momento, os suspeitos solicitavam transferências via Pix para contas de terceiros.
Celulares apreendidos na primeira fase da Operação Martelo Virtual
Polícia Civil de Minas Gerais
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Operação Martelo Virtual
O nome da operação é uma referência direta ao objeto utilizado em leilões presenciais para finalizar um lance e determinar o vencedor.
No contexto do golpe de leilão falso, segundo a PC, o martelo virtual sugere a transposição desse elemento físico para o ambiente digital, onde os lances fraudulentos são realizados de forma virtual e ilusória.
Polícia Civil deflagra nova fase da Operação Martelo Virtual
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