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Mandado de prisão contra Zambelli entra no sistema de órgão que ela foi condenada por invadir


Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou prisão preventiva da deputada após ela deixar o país dias após ser condenada à prisão. Deputada federal Carla Zambelli (PL-SP)

MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/AGIF - AGÊNCIA DE

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) teve seu nome oficialmente incluído no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP), após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretar sua prisão preventiva.

A medida acontece após a parlamentar deixar o país, dias depois de ser condenada a 10 anos de prisão por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela inserção de documentos falsos, incluindo um mandado de prisão falso contra o próprio Moraes no próprio BNMP.

A inclusão no BNMP é praxe. O sistema centraliza mandados de prisão de todo o país para facilitar a cooperação entre as autoridades brasileiras na localização e captura de foragidos.

Zambelli o país pela fronteira com a Argentina – a informação foi revelada nesta terça-feira (3) pelos colunistas do g1 Andréia Sadi e Octavio Guedes.

Na manhã desta quarta, a parlamentar estava na Flórida, nos Estados Unidos, segundo a assessoria.

Na quarta (4), o ministro Alexandre de Moraes atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou a prisão preventiva de Zambelli.

Em nota, a deputada também questiona o fato de Moraes ter decidido de forma "monocrática" – individual, sem levar o caso a plenário.

"Denunciarei esse abuso, essa perseguição e essa escalada autoritária em todos os fóruns internacionais possíveis. O mundo precisa saber que, no Brasil, ministros do Supremo agem como imperadores, atropelando leis, calando vozes, destruindo famílias. Essa perseguição política está apenas começando a ser exposta", segue a parlamentar.

STF apreendeu, mas devolveu passaporte a Zambelli

Em agosto de 2023, a deputada chegou a ter o passaporte apreendido por determinação de Moraes, no contexto das investigações que levariam à condenação dela.

Depois, o passaporte foi devolvido, e, com isso, Zambelli ficou sem essa restrição para deixar o país.

Zambelli está sob ameaça de ter o mandato cassado

Com a condenação pela invasão aos sistemas do CNJ, Zambelli deve perder o mandato e ficar inelegível por oito anos. A inelegibilidade não depende do trânsito em julgado da condenação — quando não cabe mais recurso — e passará a valer a partir da publicação da decisão de condenação.

A contagem desse período, no entanto, começará depois de cumprida a pena, o que na prática deixará a deputada pelo menos 18 anos longe da vida pública. Zambelli ainda poderá apresentar recursos contra a condenação, os chamados embargos de declaração.

O STF costuma mandar prender o réu após rejeitar os segundos embargos de declaração, mas isso pode variar conforme o caso.

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