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Médico vê associação de ciência e fé na recuperação 'milagrosa' de Pedro Severino: 'história feliz, de resiliência'


Jogador de Ribeirão Preto (SP) recebeu alta após quase 100 dias de internação. Atleta ainda tem deficit motor, e retorno ao futebol profissional ainda é incerto. 'A nossa expectativa é de que ele volte. Jogar bola ele já está jogando', afirmou cardiologista. Família publica primeira foto do jogador Pedro Severino desde que ele foi internado após grave acidente na Anhanguera.

Lucas Severino

O médico intensivista Gil Teixeira, coordenador da UTI do Hospital Unimed em Ribeirão Preto (SP), destacou fatores físicos e psicológicos como determinantes para a recuperação do jogador Pedro Severino, que recebeu alta depois de quase 100 dias de internação por conta de um grave acidente na Rodovia Anhanguera (SP-330) em março.

"Estamos vindo para contar uma história feliz, de resiliência, de superação, que finaliza a primeira etapa, a finalização de uma internação hospitalar", afirmou, durante entrevista na manhã desta quinta-feira (12) em Ribeirão Preto (SP).

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Além do preparo e da idade do jogador, de 19 anos, o suporte e a espiritualidade de familiares e amigos, com correntes de oração em frente ao hospital, além do envolvimento emocional com os funcionários do hospital, ajudou nessa evolução, considerada milagrosa por quem acompanhou o processo desde o início - o jogador chegou a ser submetido a um protocolo de morte cerebral, no primeiro atendimento em Americana (SP).

"Tudo que a gente tem a participação divina frente à vida humana é a definição de milagre. A gente teve uma associação sempre com a presença de Deus na crença de cada um, a participação divina aliada a um exercício de uma medicina de excelência e com certeza, com a comoção e com a participação de uma família muito participativa", disse.

Segundo a equipe multidisciplinar, quadros como o do jogador, em sua maioria resultam em morte no local ou após 48 horas de internação. Os médicos também ponderaram que o Hospital Municipal de Americana não agiu de forma precoce ao iniciar o protocolo de morte encefálica do jogador.

"Milagre remete a uma questão religiosa, isso é um julgamento de cada um. Mas o nosso milagre aqui foi extremamente humano, realizado por humanos", disse a cardiologista Amanda Benelli Kujavo, coordenadora de enfermaria e parte da equipe que cuidou de Pedro.

Coletiva sobre a recuperação do jogador Pedro Severino

Jefferson Severiano Neves/EPTV

De acordo com os médicos, Pedro já responde de maneira consciente e coerente, mas ainda com certo nível de lentidão. Além disso, ainda tem um quadro inflamatório cerebral e de deficit motor do lado esquerdo.

Os médicos dizem que ainda é muito cedo apontar se o atleta terá condições de voltar a jogar futebol profissionalmente. Mesmo após a alta, ele continuará sendo acompanhado por profissionais como psicológico e fisioterapeuta para cuidar da parte motora e cognitiva.

"A nossa expectativa é de que ele volte. Jogar bola ele já está jogando", afirmou Amanda.

Do acidente grave à reabilitação

Pedro, que é de Ribeirão Preto mas tem contrato com o Bragantino, foi vítima de um grave acidente na Rodovia Anhanguera (SP-330), na região de Campinas (SP), em março deste ano, quando os primeiros médicos que o atenderam chegaram a abrir um protocolo de morte cerebral.

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O procedimento foi interrompido depois que ele teve um reflexo de tosse na retirada da sedação. Depois, Pedro foi transferido para ser cuidado em Ribeirão Preto, onde a família dele mora.

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Ao longo da reabilitação, o atleta apresentou melhoras gradativas. No fim de maio, a família confirmou que ele já não corria risco de morte e chegou a ser visto acenando da janela do hospital em Ribeirão Preto (SP) para uma multidão que fazia uma corrente de oração pela recuperação do atleta.

No início desta semana, o atleta recebeu alta do hospital e retornou para a casa da família.

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Rafael Fernandes

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