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Menina sequestrada pelo pai volta para casa em SC após duas semanas no RJ, diz advogado


Criança retornou à rotina escolar e fará acompanhamento psicológico. Ela e o pai ficaram desaparecidos por cerca de 15 dias. Anderson Rafael Hasse se entregou e está preso temporariamente

Reprodução/Redes sociais

A menina de 8 anos sequestrada pelo pai Anderson Hasse voltou para a casa em Blumenau, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, na sexta-feira (4). A criança ficou mais de um mês sob cuidados da Justiça do Rio de Janeiro e agora retornou à mãe, segundo o advogado da família materna, Mauricio Bento.

Anderson se entregou em 20 de março em um posto policial na Rocinha (RJ) e foi preso após passar 15 dias escondido com a filha, segundo a Polícia Civil. Ele é investigado suspeito de sequestro, cárcere privado e desobediência.

Ele e a menina tinham sido vistos pela última vez em 1º de março em Ilhota, no Vale do Itajaí, mas a Polícia Civil de Santa Catarina foi comunicada do desaparecimento seis dias depois. (veja cronologia abaixo).

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Segundo Bento, estudos sociais feitos pela Justiça carioca comprovaram que "não há nada que impeça a mãe de ter a filha consigo". A criança estava em um abrigo no Rio de Janeiro.

"A menina foi liberada da casa de acolhimento e já está em Blumenau com a mãe, voltando a sua rotina, inclusive escolar. Daqui para frente a menina fará acompanhamento psicológico diante de tudo que passou no último mês", informou o advogado no sábado (5).

Desaparecimento

O pai e a filha foram vistos pela última vez no Morro do Baú, em Ilhota, deixados por um motorista de aplicativo com várias malas e instrumentos musicais.

Na ocasião, Hasse disse ao condutor que um amigo o buscaria para irem até Blumenau.

De lá, iria com colegas de trabalho até Piratuba, no Oeste de Santa Catarina, para passar o feriado de carnaval. A cidade fica a cerca de 350 quilômetros de Blumenau.

Os colegas, no entanto, negaram terem programado esse passeio, informou a Polícia Civil.

Investigação

A investigação policial apontou que o pai planejou a fuga com a filha há cerca de três meses, após perder a guarda da menina e suspeitar que ela sofreu abuso sexual de um familiar. A polícia também investiga se a criança foi violentada.

As informações foram obtidas via depoimentos de amigos e familiares, que relataram à polícia não acreditar que de fato o pai cumpriria o plano de fuga.

"Esses fatos já vinham sendo apurados em um inquérito paralelo e estamos aguardando manifestação do juízo, sobre o suposto abuso. Só que o Anderson acabou fazendo o que fez acreditando que não estava no tempo que ele achava necessário. Ele disse que teria provas de que a família estaria maltratando a criança e em razão da repercussão do caso decidiu se entregar", declarou o delegado Bruno Fernando Alves de Oliveira ao Encontro, da TV Globo.

Anderson Rafael Hasse foi preso no Rio de Janeiro (RJ) após se entregar

Redes sociais/ Reprodução

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Motivações

Hasse vendeu o próprio carro e instrumentos musicais e também fez um empréstimo bancário para financiar a fuga. Ele teria arrecadado mais de R$ 60 mil, quantia sacada das próprias contas bancárias, segundo a polícia.

Além do planejamento da fuga, Hasse fazia alienação parental para manipular a filha a se afastar da mãe. Segundo a polícia, essa prática ocorria há meses e foi um fator determinante para a perda dele da guarda da menina.

"A família da mãe conseguiu demonstrar que ele vinha alienando a criança, e houve a alteração da guarda. Quando se muda a guarda, os familiares maternos tomam conhecimento desses supostos abusos. Acreditam que tudo não passa de uma invenção do Anderson em razão da perda da guarda", declarou o delegado.

Alienação parental acontece quando um dos genitores, avós ou alguém que tenha a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância tenta exercer influência com o objetivo de romper os laços da criança ou adolescente com a outra pessoa.

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