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Neto que andou com corpo do avô em cadeira de rodas é solto em Manaus; polícia aguarda laudo do IML


Neto biológico, registrado como filho pelo idoso, foi liberado após depoimento; polícia aguarda laudo do IML, com prazo de até 30 dias, para decidir se ele será responsabilizado por crime. Romulo Alves da Costa, neto do idoso detido na DEHS

Patrick Marques, g1 AM

Rômulo Alves da Costa, de 42 anos, neto preso após empurrar o corpo do avô em uma cadeira de rodas pelas ruas do Centro de Manaus, foi liberado após prestar depoimento na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS). A informação foi divulgada pela Polícia Civil neste domingo (8).

As causas da morte de José Pequenino da Costa, de 77 anos, ainda estão sendo investigadas, e o laudo do Instituto Médico Legal (IML) deve ficar pronto em até 30 dias.

Um parente, que preferiu não se identificar, contou ao g1 que Rômulo é neto biológico de José Pequenino, mas chegou a ser registrado como filho.

Segundo a DEHS, Rômulo alegou que havia saído com o avô para tentar fazer um empréstimo bancário e comprar alimentos e itens de higiene pessoal para os dois. Ele afirmou estar desempregado e que cuidava do avô, o que dificultava a busca por trabalho.

A cena, registrada na Avenida Eduardo Ribeiro, chamou a atenção de pedestres e comerciantes pela falta de reação do idoso, que já estava morto. Antes de ser abordado pela polícia, o neto usava o corpo do avô para pedir dinheiro no local.

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De acordo com o delegado adjunto da DEHS, Adanor Porto, o inquérito segue em andamento e outras testemunhas devem ser ouvidas ao longo da semana. A polícia também investiga se Rômulo chegou a entrar com o corpo do avô em alguma agência bancária.

"Aparentemente, ele estava com algumas feridas, mas, segundo informações preliminares da perícia, essas lesões podem estar relacionadas a comorbidades já preexistentes da vítima. Isso será confirmado no laudo pericial", disse o delegado.

Um dos filhos do idoso informou à polícia que não via o pai desde novembro do ano passado, período em que o idoso teria passado a morar com o neto. A família relatou ainda que José Pequenino era hipertenso, diabético, fazia tratamento nos rins, usava bolsa coletora e apresentava várias comorbidades.

A Polícia Civil reforçou que, mesmo com a soltura de Rômulo, as investigações continuam. Ele ainda pode ser responsabilizado por crimes, como vilipêndio de cadáver ou tentativa de estelionato, dependendo do que for apontado no laudo pericial.

O caso

Homem é detido andando com idoso morto em cadeira de rodas no Centro de Manaus

Na tarde deste sábado (7), policiais da 24ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom) foram acionados ao Centro de Manaus após denúncias de que um homem estava empurrando o corpo do avô morto em uma cadeira de rodas e pedindo dinheiro nas ruas do Centro da cidade. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado ao local e confirmou o óbito do idoso.

A perícia constatou que a morte não ocorreu no local e que o corpo já apresentava rigidez cadavérica, indicando que o idoso estava morto há algumas horas. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), onde passará por exames de necropsia.

Rômulo Alves da Costa, neto do idoso, foi detido e levado para a Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) para prestar depoimento.

Após a repercussão do caso, familiares compareceram à delegacia. Um parente, que preferiu não se identificar, contou ao g1 que Rômulo é usuário de drogas, havia saído recentemente da prisão e era acolhido pelo avô sempre que aparecia.

O parente também informou que há alguns meses, Rômulo disse que levaria o avô para visitar parentes, mas desde então não foi mais visto com ele pelos familiares.

José Pequenino da Costa, de 77 anos

Arquivo pessoal

Homem usa corpo do avô morto para pedir dinheiro em Manaus

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