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ONU retira Brasil do Mapa da Fome após três anos


ONU anuncia que Brasil voltou a sair do mapa da fome

A ONU anunciou nesta segunda-feira (28) que depois de três anos o Brasil voltou a sair do mapa mundial da fome.

Não ter o que comer. Desempregada, a gari Margareth Viana viveu isso. Ela e as três filhas.

"Fome é um sentimento de dor, tristeza, de impotência. Ainda mais quem tem filhos, como eu que tenho filhas pequenas. A fome é muito ruim, muito triste".

Hoje, ela trabalha como gari. E comemora. Pode comprar os alimentos necessários para garantir as três refeições diárias da família.

"Saber que eu vou poder ir no mercado comprar o arroz, o feijão, que tanto fez falta. Hoje não. Hoje eu já posso ter certeza que eu vou poder dar algo bom para as minhas filhas comerem".

Assim como a Margareth, muitos brasileiros também deixaram de enfrentar a falta crônica de alimentos. Segundo a ONU, em 2025, o Brasil saiu do mapa da fome. O cálculo é feito por triênios – e a melhora reflete a média de 2022 – último ano do governo Bolsonaro – e 2023 e 2024 – durante o governo Lula.

ONU retira Brasil do Mapa da Fome após três anos

Reprodução/TV Globo

Nesse período, menos de 2,5% da população brasileira vivia em risco de subalimentação e da falta de alimentos em quantidades suficientes para manter uma vida ativa e saudável.

Na América Latina, o risco de subnutrição no período foi de 5%. A média mundial ficou em 8%. 673 milhões de pessoas ao redor do mundo passaram fome em 2024, uma redução em comparação com os dois anos anteriores.

O economista-chefe da FAO, agência da ONU especializada em alimentação e agricultura, Máximo Torero, disse que países da América Latina, como o Brasil e o México, lideraram os esforços para implementar programas sociais com impacto significativo na redução da fome, como transferência de renda e alimentação escolar.

A primeira vez que o Brasil saiu do mapa da fome foi em 2014. Mas voltou no triênio 2019 a 2021. Mesmo fora do mapa da fome, o Brasil ainda tem 35 milhões de pessoas com dificuldades para se alimentar.

É o que a ONU chama de insegurança alimentar – quando a falta de recursos força as pessoas a reduzir a qualidade ou a quantidade dos alimentos e, nos casos mais graves, a ficar sem comer por um dia ou até mais. O governo quer agora reduzir esse número.

"Em cada canto do Brasil, buscamos com cruzamento de informações, com visitas, garantir alcançar quem ainda não alcançamos. E é claro, trabalhar também para que as pessoas possam, ao entrar no Cadastro Único, acessar um conjunto de programas que garantam a segurança alimentar, mas também programas que trazem dignidade", diz Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento Social.

Hoje, a Margareth tem uma certeza:

"Fome nunca mais. Se Deus quiser. Enquanto eu tiver força para trabalhar, nunca mais elas vão passar dificuldade".

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