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Operação policial prende homem investigado por torturar os próprios filhos em Belém


Investigado filmava as agressões e enviava para a mãe do suspeito na China para mostrar poder sobre a família, de acordo com a polícia. Operação cumpre prisão preventiva no Pará.

Reprodução / PC-PA

Na manhã desta terça-feira (10), a Polícia Civil do Pará cumpriu mandado de prisão preventiva contra Hua Zheng, investigado por tortura majorada contra os quatro filhos menores de idade. A ação, chamada "Dragão de Jade", também resultou na apreensão do celular do suspeito, usado para registrar e enviar vídeos das agressões.

A operação foi comandada pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) com apoio da Divisão de Atendimento ao Adolescente (DATA) de Belém.

O caso começou em 29 de janeiro de 2025, segundo as investigações, quando Hua Zheng foi preso em flagrante após ameaçar a esposa com uma faca.

A mulher relatou que sofria agressões constantes do marido, que também batia nos filhos, de 4 a 11 anos. Inicialmente, a DPCA investigava lesões corporais, mas apurou que as agressões configuravam tortura majorada.

Como eram as torturas

Durante as investigações, a polícia coletou vídeos que mostram as lesões das crianças e pedidos de ajuda. Em um dos vídeos, gravado por Hua Zheng, ele agride a filha com tapas no rosto e exibe os hematomas, demonstrando satisfação.

Segundo a polícia, os vídeos eram enviados para a mãe do suspeito na China para mostrar poder sobre a família.

Os depoimentos indicam que as crianças eram agredidas com barra de ferro, cabo de vassoura e cabides, e submetidas a castigos físicos severos, como ficar com joelhos semiflexionados e braços esticados por uma hora.

A filha mais nova teve o cabelo raspado contra vontade, como forma de humilhação.

Investigações

Com as provas, a DPCA pediu a prisão preventiva de Hua Zheng e a apreensão do celular, que foi encaminhado para perícia.

A operação foi autorizada pela Vara de Inquéritos Policiais de Belém. O suspeito está na Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP), à disposição da Justiça.

O nome da operação simboliza o trabalho policial na proteção dos vulneráveis: o dragão representa autoridade e justiça na cultura chinesa, e a jade, um tesouro frágil que merece cuidado.

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