Pai e filho passarão por ordenação de diácono e padre, respectivamente, na Catedral de Santos (SP)
Arquivo Pessoal
O conferente José Henrique Cardoso de Morais, de 59 anos, tinha o desejo de ser sacerdote mesmo após ter constituído uma família. Ele se tornou diácono uma semana antes do filho, Gabriel Almeida de Moraes, ser ordenado padre. Para ele, o fato da ordenação dele e do filho serem tão próximas é uma bênção de Deus. "Será algo inédito".
Segundo ele, o grande diferencial são as duas ordenações ocorrerem na mesma família, com grau de parentesco de pai e filho, membros da mesma paróquia São Francisco de Assis, em Cubatão, na mesma diocese de Santos e com a presença do mesmo bispo.
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A primeira missa que José participará como diácono será neste domingo, dia 10 de agosto, Dia dos Pais. Na ocasião, Gabriel, que atualmente é diácono, estará no altar com o pai. Já no dia 24, um dia após o filho ser ordenado como padre, será a primeira celebração dos dois juntos, como padre e diácono.
"Costumo dizer que são momentos únicos que dificilmente se repetirão daqui a 5, 6, 7, 10, 15 anos de tal forma semelhante, com tantas coincidências e providências. Deus conseguiu unir essas duas ordenações no mesmo mês, no mesmo ano. Maravilhoso, só tenho que agradecer a Deus".
Os familiares, de acordo com José, receberam a notícia da ordenação diaconal de forma hesitante. "Alguns já até sabiam do desejo, já sonhavam junto comigo e ficaram maravilhados, incentivaram nas suas orações, o que é muito importante, e com todo apoio também".
Diácono
José se tornará diácono uma semana antes de um dos filhos ser ordenado como padre
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José era levado à igreja pelo pai desde quando criança. Mesmo após casar, José percebeu que poderia servir à Deus no diaconato e estudou teologia na Escola José Anchieta, em Santos, durante quatro anos.
Segundo o conferente, o curso Teologia para Leigos é aberto às pessoas que manifestam o desejo ao diaconato. Após a conclusão, ele apresentou o certificado ao pároco e iniciou o processo de acompanhamento, exercendo na comunidade diversas funções.
"É maravilhoso, nos fortalece na caminhada e é bom para a gente valorizar, ver que não foi fácil, que a caminhada é longa, que o caminho é longo, mas é verdadeiro e é lindo", disse.
Ele explicou que para o homem casado se tornar diácono é necessária a aprovação da esposa. "Ela reconheceu com muita tranquilidade. É uma coisa que ela já acompanha, ela já sabe, já manifesta, então para ela não foi diferente a decisão".
José falou sobre a expectativa para o futuro. "Eu caminharei nessas duas pegadas santas: a matrimonial e a eclesial. Que me levará cada vez mais a aprimorar, a me dedicar mais e servir mais. Ser casado é um serviço, é uma dedicação. E, ser da Igreja é a outra também. São dois caminhos que levam para uma vida de santidade, para uma vida de entrega, para uma vida de comunhão e de serviço e isso tudo que eu entendo que será daqui para frente".
Padre
Já Gabriel, que se tornará padre, conta que sua relação com a Igreja Católica sempre foi muito forte. Quando criança, ele frequentava as missas junto com os pais. "Desde pequeno, desde criança, eu frequento a igreja como coroinha, realizei também outros trabalhos em diversas pastorais na paróquia São Francisco de Assis, em Cubatão"
Ele conta que percebeu sua vocação quando, aos 15 anos, começou a participar de encontros vocacionais para adolescentes. Com 22 anos, ele ingressou no Seminário São José.
"Agradeço bastante a esta instituição, a Diocese de Santos, que me apoiou, me deu oportunidade para que eu, então, estudasse Filosofia e Teologia, que são as etapas de formação para o sacerdócio, e isto, com certeza, me formou como pessoa e ainda mais como cristão católico",
Desde de dezembro de 2024, ele exerce o diaconato e se tornará padre no dia 23 de agosto, na Catedral de Santos. Gabriel comenta o momento especial que vive junto com a família, ao ver também seu pai se tornando diácono e servindo ainda mais à Igreja, como ele.
"É uma grande inspiração. Meu pai e minha mãe sempre me educaram na fé, então, eu cresci numa família muito católica. Isso, com certeza, me inspira a ser cada vez mais de Deus e a ser uma pessoa ainda melhor".
José, a esposa e os filhos durante viagem ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP)
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Diácono x padre
Os diáconos permanentes são homens casados ou solteiros que são ordenados para o serviço da Igreja no grau de diácono, sem a intenção de se tornarem padres. Uma vez a esposa liberando por uma carta escrita de próprio punho, ele fica liberado para servir a Igreja. Quem quer viver essa vocação, deve se dividir entre a vida familiar, profissional e eclesial.
Os diáconos transitórios são homens solteiros que estão no caminho para se tornarem padres (presbíteros). Neste caso, o diaconato é um estágio intermediário nesse processo. Depois, eles recebem a ordenação de padre.
Os padres se concentram principalmente nas celebrações sacramentais e no cuidado pastorais. Os diáconos estão profundamente envolvidos no ministério de extensão e no serviço pastoral, complementando o trabalho pastoral dos padres.
Ao tomar a decisão de se tornar padre, um homem precisa respeitar requisitos: ter mais de 25 anos, ser solteiro, ter feito oito anos de seminário ou cursado teologia e, na maioria das vezes, também filosofia, e precisa ter sido ordenado diácono.
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