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Pesquisa mostra que RJ tem apenas 19% de calçadas sem obstáculos como buracos, desníveis ou postes


Apenas 12% dos moradores do estado moram em vias com rampa para cadeirantes. Os números são do Censo Demográfico 2022 - Características urbanísticas do entorno dos domicílios, último estudo do IBGE divulgado nesta quinta-feira (17). A calçada da Rua Humaitá, na bifurcação com a Rua Voluntários da Pátria, está com um buraco desde que uma árvore caiu, em fevereiro de 2019.

Marcos Serra Lima/G1

A Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios do Censo Demográfico 2022, divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira (17) mostrou que o estado do Rio de Janeiro tem apenas 19% de calçadas sem obstáculos para atrapalhar os pedestres.

O levantamento definiu como obstáculos nas calçadas os buracos, desníveis, postes, vegetação que invade o espaço dos pedestres, entre outros itens.

Apesar de ter ficado ligeiramente acima da média nacional de 18,8%, o RJ ocupa apenas a 9ª posição no ranking nacional de estados com a maior proporção de moradores residindo em vias com calçadas sem obstáculos.

Na parte de cima da lista aparecem o Rio Grande do Sul, com 28,7%, o Mato Grosso do Sul, com 27,4%, e o Mato Grosso, com 27,4%. Veja o ranking completo.

Rio Grande do Sul: 28,7%

Mato Grosso do Sul: 27,4%

Mato Grosso: 27,4%

Paraná: 26,8%

São Paulo: 25,5%

Goiás: 21,3%

Distrito Federal: 20,9%

Roraima: 19,5%

Rio de Janeiro: 19,2%

Espírito Santo: 16,4%

Minas Gerais: 13,7%

Rondônia: 11,9%

Tocantins: 11,8%

Amapá: 11,1%

Bahia: 10,8%

Sergipe: 9,7%

Ceará: 9,2%

Pará: 8,8%

Santa Catarina: 8,3%

Paraíba: 8,1%

Amazonas: 7,5%

Rio Grande do Norte: 7,3%

Pernambuco: 6,4%

Acre: 5,6%

Alagoas: 5,5%

Piauí: 4,9%

Maranhão: 4,6%

Moradora desvia dos buracos na calçada da Rua Lopes Quintas, Zona Sul do Rio

Marcos Serra Lima/G1

Faltam rampas para cadeirantes

O estudo do IBGE também revelou que as cidades do estado do Rio de Janeiro não contam com grande acessibilidade para cadeirantes em suas calçadas.

De acordo com o levantamento, apenas 12% das calçadas do RJ contam com rampas para cadeirantes. O número está um pouco abaixo da média nacional de 15,2%.

A situação é ainda pior quando comparamos os dados dos 26 estados e o Distrito Federal. O RJ ocupa a 17ª posição no ranking nacional.

Um exemplo de calçada com rampa para cadeirantes em Copacabana, na Zona Sul do Rio

Claudia Grangeiro / Prefeitura do Rio

Veja o ranking completo:

Mato Grosso do Sul: 41,1%

Paraná: 37,3%

Distrito Federal: 30,4%

Santa Catarina: 19,9%

Rio Grande do Sul: 20,2%

Mato Grosso: 22,4%

Goiás: 16,9%

Espírito Santo: 16,6%

Roraima: 15,5%

São Paulo: 14,8%

Minas Gerais: 14,2%

Rio Grande do Norte: 14,1%

Tocantins: 13,3%

Rondônia: 12,7%

Sergipe: 17,4%

Amapá: 14,8%

Alagoas: 12,0%

Rio de Janeiro: 12,0%

Acre: 10,2%

Paraíba: 9,2%

Bahia: 8,9%

Piauí: 8,4%

Pará: 7,0%

Ceará: 7,1%

Maranhão: 6,4%

Pernambuco: 6,2%

Amazonas: 5,6%

A avaliação feita pelos pesquisadores do IBGE não considerou as vias com rebaixamentos de meio fio para acesso de veículos, rampas de acesso a edificações que não davam acesso à calçada, acessos de garagens e estacionamentos.

De acordo com os especialistas, a presença de rampas para cadeirantes nas calçadas é essencial para a acessibilidade urbana segura, permitindo que cadeirantes e outras pessoas com mobilidade reduzida transitem de forma segura entre a calçada e a rua.

A presença de rampa de acesso nas calçadas faz parte da Lei da Acessibilidade, aprovada em 2000.

Outros dados da pesquisa

Ainda segundo a Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios do Censo Demográfico, o Rio de Janeiro conta com 79,4% das ruas com calçadas ou passeios. O número é um pouco abaixo da média nacional de 84%.

Veja outros dados divulgados pelo IBGE:

Em relação à capacidade de circulação das vias, o Rio de Janeiro apresentava uma proporção de moradores em vias com capacidade para caminhão ou ônibus de 83,1%, inferior à média nacional de 90,8%;

A concentração urbana do Rio de Janeiro/RJ também se destacou por ter um dos menores percentuais de moradores em vias com capacidade para caminhão ou ônibus (81,7%) e um dos maiores em vias para carro ou van (11,1%), o que pode estar associado à maior proporção de moradores em favelas e comunidades urbanas;

A iluminação pública é quase universal no estado, atingindo 96,6% dos moradores, próximo da média do Brasil de 97,5%;

A arborização nas vias onde residiam os moradores do Rio de Janeiro era de 62,0% (considerando uma ou mais árvores), um valor abaixo da média nacional de 66,0%.;

A concentração urbana do Rio de Janeiro/RJ também figurava entre aquelas com menor percentual de arborização (37,8%);

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