Os traficantes ofereciam os animais em grupos de mensagens com mais de 20 mil pessoas. Polícia prende 16 suspeitos em operação contra o tráfico de animais silvestres
A Polícia Civil do Paraná prendeu 16 suspeitos em uma operação contra tráfico de animais silvestres.
Os traficantes ofereciam os animais em grupos de mensagens com mais de 20 mil pessoas.
"De mamífero a réptil, a gente tem quase tudo, só não tem uma onça, ainda", diz um dos traficantes.
Um dos anúncios é de arara-canindé:
"Terça-feira está chegando. Se não me engano, 40 canindé, cinco azul, oito vermelha”.
Em vídeos, os suspeitos apresentavam os animais:
"Estão com seis meses de idade, são todas legalizadas, com notas fiscais”.
Segundo a polícia, as notas fiscais eram falsas. Os traficantes usavam contas bancárias em nome de terceiros para esconder as vendas.
Os policiais monitoraram os grupos de mensagens por dois anos e, nesta terça-feira (17), com apoio do Ibama, prenderam 16 suspeitos. Entre eles, um veterinário, apontado como um dos maiores traficantes de animais silvestres do Brasil. Na ação, ocorrida em quatro estados, os agentes resgataram mais de mil animais - como cobras, pássaros, macacos, tartarugas e axolote, espécie de salamandra. Alguns estavam em situações de maus-tratos.
"Além da fauna brasileira, tem animais da Austrália, América do norte, África. Animais da fauna de todo o planeta que são traficados aqui no Brasil", diz o delegado Guilherme Dias.
Os animais resgatados agora vão passar por exames. Alguns foram levados para o Instituto Água e Terra, do Governo do Paraná. Os que estiverem saudáveis serão soltos na natureza e os que precisarem de cuidados ficarão em santuários e serão acompanhados por profissionais.
"Causa um desequilíbrio total para a biodiversidade, todos esses animais eram para estar na natureza, eles foram retirados através do tráfico. Então, várias espécies nativas hoje, inclusive a gente tem uma espécie de arara, que é uma espécie que está criticamente ameaçada no estado do Paraná e que foi retirada da natureza para ser vendida pelo tráfico", conta a bióloga do Instituto Água e Terra, Jéssica Jasinksi.
Os presos podem responder por crimes como tráfico de animais, maus-tratos, falsificação de documentos públicos, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As penas podem chegar a 25 anos de prisão.
Polícia Civil do Paraná prende 16 suspeitos em operação contra tráfico de animais silvestres
Reprodução/TV Globo
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