Lei amplia direito à reconstrução mamária pelo SUS e por planos de saúde
A quantidade de cirurgias para reconstrução das mamas realizadas na região de Piracicaba (SP) aumentou 145% em quatro anos, segundo a Secretaria de Saúde do Estado. Enquanto em 2020 foram 20 procedimentos em todo o Departamento Regional de Saúde 10 (DRS-10), no ano passado o total subiu para 49.
Moradora de Piracicaba, Carmelina de Toledo Piza teve câncer em 2011 e precisou retirar as duas mamas. A reconstrução delas foi imediata, logo após a cirurgia de retirada.
"Foi feito do próprio corpo. Então é feito um corte aqui embaixo, como uma cesárea, e aí é reconstruído aqui, colocado tudo direitinho, e quando você sai, você sai até com a marca do biquíni, porque é a mesma pele, os mamilos, tudo direitinho", explicou.
Já a revendedora de cosméticos Claudinei Bolivio teve que esperar mais: foram três anos da retirada para tratamento de um câncer até a cirurgia de reconstrução.
"O que eu mais sonhava era com a reconstrução. Eu nem me importava se ia sofrer na cirurgia, porque é sofrido, né? Mas eu estava feliz, eu estava feliz. [...] Eu me senti bonita", resume.
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A espera de Claudineia foi grande, mas a amiga dela, Vera Figueiredo, teve que aguardar ainda mais. A aposentada ficou 10 anos sem as mamas após retirar para tratar um câncer em 2020.
Em julho, o governo federal sancionou uma lei que amplia o direito à cirurgia de reconstrução de mamas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Antes, o procedimento era garantido para mulheres em tratamento de câncer e, com a nova legislação, qualquer mulher que viva uma situação que cause mutilação pode requerer a cirurgia.
A cirurgia de reconstrução
Mastologista e coordenador do setor de oncologia do Hospital da Mulher da Unicamp (Caism), César Cabelo dos Santos explica que o procedimento repara uma mudança causada por mastectomia, cirurgia para retirada de parte ou de toda a mama.
"A gente tenta reparar, fazer com que a mama volte a ter aquele formato adequado. E faz parte da reconstrução a gente simetrizar o outro lado também, porque a mama é um órgão duplo, então essa harmonia é muito importante para as mulheres", explicou o médico.
Segundo ele, a escolha do método depende do tipo de mama, da quantidade de tecido disponível, da saúde da paciente e da preferência pessoal dela.
"Eu acho que vai ter uma maior procura à medida que as pacientes sejam informadas desse direito", analisou o médico.
Região de Piracicaba tem aumento em cirurgias para reconstrução das mamas
Reprodução/EPTV
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