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Trump afirma ter aplicado tarifa de 50% a países com os quais relação 'não tem sido boa'


Brasil critica na OMC o uso de tarifas para interferir em assuntos internos dos países

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira (23) que aplicou tarifas de 50% a países com os quais o relacionamento "não tem sido bom". Embora não tenha sido citado diretamente, o Brasil está entre eles.

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No dia 9 de julho, Trump publicou uma carta endereçada ao presidente Lula (PT) anunciando a aplicação de tarifas de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos. Ele justificou a medida com argumentos políticos e comerciais. Relembre mais abaixo.

Nesta quinta-feira, durante evento em Washington D.C., Trump afirmou que estabeleceu tarifas que variam de 15% a 50% para pressionar outros países a abrir seus mercados.

"Em alguns casos, é 50% porque o relacionamento não tem sido bom com esses países. Então apenas dissemos: ‘vão pagar 50’. E é isso", afirmou.

Em abril, Trump divulgou uma lista com todos os países que receberiam tarifas recíprocas, em um episódio que ficou conhecido como “tarifaço”. Na época, o Brasil havia sido taxado em 10%. Já o Lesoto enfrentava uma tarifa de 50%.

Mais recentemente, o presidente dos EUA publicou cartas em uma rede social confirmando as tarifas para alguns países. Segundo ele, a medida entra em vigor a partir de 1º de agosto. Veja a lista de afetados:

África do Sul: 30%

Argélia: 30%

Bangladesh: 35%

Bósnia e Herzegovina: 30%

Brasil: 50%

Brunei: 25%

Camboja: 36%

Canadá: 35%

Cazaquistão: 25%

Coreia do Sul: 25%

Filipinas: 20%

Indonésia: 32%

Iraque: 30%

Japão: 25%

Laos: 40%

Líbia: 30%

Malásia: 25%

México: 30%

Mianmar: 40%

Moldávia: 25%

Sérvia: 35%

Sri Lanka: 30%

Tailândia: 36%

Tunísia: 25%

União Europeia: 30%

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Tarifa para o Brasil

O presidente dos EUA, Donald Trump, discursa sobre inteligência artificial durante a cúpula "Winning the AI Race", em Washington D.C., em 23 de julho de 2025

REUTERS/Kent Nishimura

Ao anunciar a tarifa de 50% ao Brasil, Trump afirmou que a decisão de aumentar a taxa foi tomada “em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos”.

“[Isso ocorreu] como demonstrado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil, que emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS a plataformas de mídia social dos EUA, ameaçando-as com multas de milhões de dólares e expulsão do mercado de mídia social brasileiro”, escreveu Trump.

Ainda na carta, Trump também mencionou Jair Bolsonaro e voltou a dizer que o ex-presidente é alvo de uma “caça às bruxas”.

Por fim, o presidente americano afirmou que a relação comercial dos EUA com o Brasil é “injusta”. “Nosso relacionamento, infelizmente, tem estado longe de ser recíproco”, escreveu.

Apesar do argumento, dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que o Brasil tem registrado déficits comerciais seguidos com os EUA desde 2009 — ou seja, há 16 anos. Ao longo desse período, as vendas americanas ao Brasil superaram suas importações em US$ 88,61 bilhões (equivalente a R$ 484 bilhões na cotação atual).

Desde então, o governo brasileiro tem se reunido com empresários e avalia como reagir à medida anunciada por Trump. O presidente Lula já criticou o republicano em diversas ocasiões e disse que ele "não foi eleito para ser o imperador do mundo".

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