Veja os próximos passos depois do julgamento
Deputados democratas publicaram uma carta na noite desta quinta-feira (11), após o fim do julgamento da trama golpista, em que acusam o presidente Donald Trump de usar a guerra comercial contra o Brasil para proteger o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o texto chama de "seu colega golpista".
Na mensagem, deputados da oposição ao governo americano, disseram que o país deveria "apoiar o povo brasileiro enquanto este começa a superar essa ameaça à sua democracia".
"Esse caminho, no entanto, foi prejudicado pelos esforços do governo Trump para interferir nas instituições democráticas brasileiras, tendo imposto uma tarifa ilegal de 50% ao país para manipular esse processo judicial", diz a carta.
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A carta é assinada pelos deputados Gregory W. Meeks, membro sênior do Comitê de Relações Exteriores da Câmara, Joaquin Castro, membro sênior do Subcomitê do Hemisfério Ocidental, e Sydney Kamlager-Dove, copresidente da Bancada Brasileira.
O texto continua dizendo que a "guerra comercial" imposta pelo presidente Trump rompeu relações entre os dois países "para defender seu colega golpista".
"O fato de Trump ter travado uma guerra comercial para defender seu colega golpista não só rompeu as relações EUA-Brasil, como também foi feito às custas das famílias americanas impactadas pelo que são, na prática, impostos", continua o texto.
"Os interesses econômicos e de segurança nacional dos Estados Unidos sofreram danos colaterais, à medida que o Brasil exporta cada vez mais seus produtos para a China em detrimento dos Estados Unidos", alerta a mensagem.
O texto se encerra pedindo ao presidente americano "ponha fim às tarifas ilegais",
“Apelamos a Trump para que encerre imediatamente seus esforços para minar a democracia brasileira e ponha fim a essas tarifas ilegais que impactam a economia americana. Só então poderemos trabalhar para reconstruir esta parceria crucial.”
O ex-presidente Jair Bolsonaro fez uma aparição de cerca de 20 minutos na manhã desta quinta- feira, 11 de setembro de 2025, em frente à casa onde ele cumpre prisão domiciliar, em Brasília (DF). A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal fixou nesta noite a pena de Bolsonaro, condenado por tentar dar um golpe de Estado após perder as eleições 2022, em 27 anos e três meses em regime inicial fechado - 24 anos e nove meses de reclusão e 2 anos e seis meses de detenção, com 124 dias-multa (equivalente a dois salários mínimos). Os ministros seguiram o voto do relator Alexandre de Moraes. 11/09/2025 - Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO