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União Europeia prepara medidas em resposta às taxas americanas


A Europa tenta negociar um zero a zero com Trump. Um acordo sem novas tarifas para nenhum dos lados. Mas também tenta mostrar que está pronta para endurecer. União Europeia pede que China negocie com Estados Unidos

A União Europeia pediu nesta terça-feira (8) que a China negocie com os Estados Unidos uma saída para a guerra de tarifas. Mas os europeus também preparam medidas em resposta às taxas americanas.

Um telefonema que pode significar uma nova aliança para enfrentar a guerra comercial de Donald Trump: União Europeia e China. Cinquenta anos de relações diplomáticas que se completam em 2025. A Europa é o principal comprador de produtos chineses: equipamentos de telecomunicação, de informática, equipamentos elétricos e eletrônicos. E a China é o terceiro maior mercado para as exportações europeias: máquinas, carros, autopeças, remédios e farmacêuticos.

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Na conversa desta terça-feira (8) entre a presidente da Comissão Europeia e o primeiro-ministro chinês, a decisão de expandir a cooperação entre os dois grandes mercados. Mas, principalmente, a de proteger, juntos, um mercado livre para dar mais estabilidade e certeza à economia mundial. Ursula von der Leyen pediu que a China busque uma solução negociada e disse que os dois maiores mercados do mundo têm a responsabilidade de apoiar um sistema de comércio livre e justo.

O governo chinês, que nesta terça-feira (8) iniciou uma disputa na Organização Mundial do Comércio contra os Estados Unidos sobre tarifas recíprocas, guerreia. A Europa tenta negociar um zero a zero com Trump. Um acordo sem novas tarifas para nenhum dos lados. Mas também tenta mostrar que está pronta para endurecer.

"A União Europeia busca reestabelecer o livre comércio. Mas, para negociar com a América de Trump, precisamos mostrar que temos as mesmas armas à nossa disposição", disse o ministro das Finanças da França, Éric Lombard.

A resposta europeia às tarifas de Trump está quase pronta. A primeira lista de produtos americanos a serem taxados deverá ser aprovada nesta quarta-feira (9). Inclui aço, alumínio e derivados. Também motocicletas e barcos de passeio, jeans, camisetas e tecidos de algodão, milho, manteiga de amendoim, suco de laranja. Uma outra lista, ainda mais robusta, está em preparação.

"A resposta será europeia e pode ser resumida em três palavras: unidade, firmeza e proporcionalidade", disse o ministro da Indústria francês, Marc Ferracci.

O sociólogo e mestre em relações internacionais Thiago de Aragão vê complicações no relacionamento entre China e União Europeia que podem acabar favorecendo o Brasil:

"Avançando o relacionamento com a China, você corre o risco de rapidamente prejudicar a sua própria base industrial, porque é muito difícil competir com a produção chinesa. A União Europeia não vai querer ficar só com a China como parceiro, porque ela sabe que isso gera uma dependência. A situação nos Estados Unidos e o risco de geração de uma dependência da China faz com que vários países da União Europeia olhem com bons olhos o avanço no acordo com o Mercosul”, afirma.

União Europeia prepara medidas em resposta às taxas americanas

Reprodução/TV Globo

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