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Vítima de ovo de Páscoa envenenado no MA é extubada e já se comunica, diz família


Mirian Lira, de 32 anos, estava em estado grave na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Municipal de Imperatriz, desde a última quinta-feira (17), após comer um ovo de Páscoa. Suspeita de colocar veneno no chocolate está presa. Mãe e irmã de menino de 7 anos que morreu após comer ovo de Páscoa no MA estão entubadas

Reprodução/TV Mirante

Mirian Lira, de 32 anos, uma das vítimas de envenenamento em Imperatriz, no Sudoeste do Maranhão, foi extubada na tarde desse domingo (20), segundo a família.

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A mulher, que estava em estado grave na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Municipal de Imperatriz, desde a última quinta-feira (17), após comer um ovo de Páscoa, já consegue se comunicar e apresenta boa evolução, embora ainda esteja sem movimentar o corpo.

De acordo com a família, Mirian saiu da UTI e foi para a enfermaria, na manhã desta segunda-feira (21), onde foi informada sobre a morte do filho Luís Fernando, de 7 anos, e sobre o estado de saúde da filha Evely Fernanda Costa Silva, de 13 anos, que está entubada na UTI, após consumir o mesmo chocolate.

Mirian chegou a passar mal após receber a notícia, mas está tendo suporte psicológico para lidar com a perda do filho e com a situação grave da filha.

Segundo o último boletim médico, divulgado no sábado (19), Evely Fernanda encontra-se na UTI II, em gravissímo estado geral, sedada e intubada, apresentando manutenção do estado clínico, ainda com presença de febre e discreta melhora dos marcadores infecciosos.

Há suspeita de que o ovo recebido pela família estava envenenado.

Reprodução/TV Mirante

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Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, foi presa suspeita de envenenar ovo de Páscoa no interior do Maranhão.

Divulgação/Redes sociais

Segundo as investigações da Polícia Civil do Maranhão, ciúme e vingança levaram Jordélia Pereira a envenenar um ovo de Páscoa e enviar para Mirian Lira em Imperatriz, no sudoeste do Maranhão. A mulher foi presa na cidade de Santa Inês, na região do Médio Mearim, na última quinta.

Jordélia estaria inconformada com o fim do casamento e com o fato de o ex-marido estar se relacionando com Mirian.

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Em depoimento na Delegacia Regional de Santa Inês, ela confessou ter comprado o chocolate, mas negou ter colocado veneno. No entanto, a Polícia Civil destaca que há indícios suficientes que apontam Jordélia como autora do crime.

“Os indícios levam a crer, através de vários pontos investigados, que o crime foi motivado por vingança, por ciúme, tendo em vista que o ex-marido da autora é o atual companheiro ou atual namorado da vítima, que foi envenenada juntamente com seus dois filhos", disse o secretário de segurança do Maranhão, Maurício Martins.

"Há vários indícios que apontam claramente que essa mulher foi autora do crime. A polícia vai continuar trabalhando para robustecer esses indícios e apresentá-la ao Judiciário, para responder por esse bárbaro crime", afirmou.

O g1 não conseguiu localizar a defesa da suspeita até a publicação desta reportagem.

Moradora do Centro de Santa Inês, no Vale do Pindaré, Jordélia Pereira era conhecida no ramo da beleza e possui um estúdio de estética em casa.

Em um perfil em uma rede social, Jordélia afirma ser esteticista, atuando com estética facial e corporal, além de ser embaixadora de uma linha de cosméticos e instrutora em uma instituição de ensino profissionalizante no curso de estética, desde 2019.

Com 12,5 mil seguidores em uma rede social, Jordélia Pereira compartilha o trabalho que realiza como esteticista, além de publicar mensagens de superação e motivação.

A suspeita de envenenar a família também frequentava uma igreja evangélica quando estava casada, segundo relatos de alguns fiéis, que disseram que o casal era problemático e vivia brigando, inclusive na porta da instituição religiosa

Jordélia foi transferida nesse domingo (20) para a Unidade Prisional de Ressocialização Feminina de São Luís (UPFEM). Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), ela deve permanecer no presídio à disposição da Justiça durante o curso das investigações.

Investigações

Análises de imagens de câmeras de segurança, comprovantes de compras e depoimentos de familiares e pessoas ligadas às vítimas ajudaram a Polícia Civil do Maranhão (PCMA) a resolver um quebra-cabeça e chegar até a suspeita.

Ao ser presa em Santa Inês, a polícia encontrou com Jordélia Pereira com duas perucas, restos de chocolate em bolsas térmicas e um bilhete de ônibus. As provas foram anexadas no inquérito e são indícios da participação dela no caso.

Material apreendido com Jordélia Pereira Barbosa, 35 anos, suspeita de envenenar família com ovo de Páscoa no Maranhão.

Divulgação/Polícia Civil do Maranhão

De acordo com Manoel Almeida, delegado-geral da Polícia Civil do Maranhão, todos os indícios e provas reunidas pelos investigadores apontam Jordélia Pereira Barbosa como suspeita de ter envenenado a família.

'"A gente pode dizer, com o que já colhemos até agora, que temos elementos suficientes para apontar essa autoria para essa pessoa que foi presa. Agora a gente vai esclarecer os detalhes. Que veneno foi esse, o tipo, isso a perícia vai apontar, para que possamos robustecer a nossa investigação e apresentá-la ao Judiciário'" afirmou o delegado-geral.

As amostras dos ovos de Páscoa foram coletadas e encaminhadas para análise no Instituto de Criminalística. O laudo deve ficar pronto em 10 dias. Além disso, já foi solicitada à perícia a coleta de sangue das vítimas para identificar se há algum tipo de veneno, bem como foi pedida a análise dos produtos encontrados com a suspeita.

Crime premeditado

Suspeita de envenenar ovo de Páscoa se disfarçou para comprar chocolate em loja

Segundo o delegado Ederson Martins, ajunto operacional da Polícia Civil, todos os indícios do caso levam a crer que o crime foi premeditado com detalhes e com antecedência.

Jordélia Pereira viajou 384 km, saindo de Santa Inês para Imperatriz. A viagem foi feita em um ônibus interestadual que liga os dois municípios. Ela saiu de Santa Inês, por volta de 0h30 da madrugada de quarta-feira (16) e chegou em Imperatriz no mesmo dia, pela manhã.

A suspeita se passou por uma mulher trans e fez a reserva em um hotel de Imperatriz. Com o nome falso de Gabrielle Barcelli, ela apresentou crachás falsos e um deles era de uma suposta empresa de gastronomia na qual ela supostamente trabalhava.

Jordélia Pereira usou identidade falsa para tentar fazer reserva em hotel de Imperatriz (MA)

Divulgação/Polícia Civil

Para não apresentar um documento de identificação, ela alegou para à direção do hotel que estava passando por um processo de regularização dos documentos como mulher trans e, por isso, não poderia apresentar eles.

Após chegar em Imperatriz, a suspeita chegou a fazer um serviço falso de degustação de trufas de chocolate em uma área próxima onde trabalhava Mirian Lira.

Segundo a Polícia Civil, ela ainda apresentou alguns bilhetes supostamente falsos que seriam de pessoas que haviam comido os chocolates. Em um deles, havia escrito a mensagem "uma sensação incrível, uma explosão de sabor".

Jordélia também forjou supostos bilhetes que seriam de pessoas que haviam comprado suas trufas

Divulgação/Polícia Civil

Por volta das 15h, de quarta-feira (16), Jordélia Pereira foi disfarçada em uma loja de chocolates de Imperatriz onde comprou um ovo de Páscoa. Imagens de câmeras de segurança do estabelecimento mostram ela disfarçada, usando óculos e uma peruca preta, comprando o produto. Durante a noite, o ovo de Páscoa foi enviado para a casa da vítima.

Ainda na quarta-feira (16), por volta das 23h50, a suspeita foi flagrada por câmeras de segurança do hotel onde estava hospedada. Nas imagens, ela aparece deitada em um sofá onde mexe no celular por alguns minutos.

Imagens de câmera de segurança mostram Jordélia Pereira Barbosa em um hotel de Imperatriz

Reprodução

Segundo a polícia, Jordélia pediu para um motoboy entregar o ovo de Páscoa para a vítima, ainda na noite de quarta-feira. E, por volta de 2h30 de quinta, ela pegou um outro ônibus intermunicipal com destino para Santa Inês. Ela foi interceptada e presa pelos policiais assim que desceu do ônibus ao chegar no município.

Entenda o caso

A família recebeu o ovo de Páscoa na noite desta quarta-feira (16), por meio de um motoboy, como se fosse um presente. Com o ovo havia um bilhete com a mensagem: "Com amor, para Mirian Lira. Feliz Páscoa". Três pessoas da mesma família comeram o ovo de chocolate.

Após ter recebido o doce, Mirian recebeu a ligação de uma mulher, não identificada, que questionou se ela havia recebido o ovo de Páscoa. A vítima atendeu a ligação, chegou a perguntar quem falava ao telefone, mas a mulher não respondeu.

Luís Fernando, de 7 anos, filho de Mirian, foi o primeiro a começar a passar mal. O pai da criança e ex-marido de Miriam, foi chamado e a família levou a criança para o Hospital Municipal de Imperatriz (HMI). A criança chegou a ser entubada, mas não resistiu e morreu horas após ter sido internada.

Luís Fernando Rocha Silva, de 7 anos de idade, morreu na madrugada desta quinta-feira (17)

Reprodução/TV Mirante

Já Mirian só começou a apresentar sintomas de envenenamento quando estava no hospital, logo após o filho ter sido entubado. As mãos da vítima começaram a ficar roxas e ela começou a sentir dificuldade de respirar. Ela foi internada na UTI do Hospital Municipal de Imperatriz.

Logo após Mirian começar a passar mal, a filha dela, Evelyn Fernanda Rocha Silva, de 13 anos, também deu entrada no hospital com os mesmos sintomas. A menina também havia comido o ovo de Páscoa.

Mirian Lira e a filha, Evelyn Fernanda Rocha Silva estão entubadas e internadas em estado grave no Hospital Municipal de Imperatriz (MA).

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