Arqueólogos identificam vestígios de oficina indígena milenar em cachoeira no Amapá
Arqueólogos encontraram vestígios de uma oficina indígena em uma cachoeira do rio Tartarugalzinho, no interior do Amapá. A descoberta foi feita no último domingo (17), durante uma visita técnica Segundo os especialistas, o local era usado há cerca de dois mil anos para fabricar machados de pedra.
“Essas áreas próximas a cachoeiras têm alto potencial arqueológico. Chamamos de sítio oficina porque eram locais onde os povos indígenas moldavam seus instrumentos”, explicou o arqueólogo da Arqueologia Amapá, Kleber Souza.
Arqueólogos encontram oficina indígena milenar em Tartarugalzinho
Divulgação/Kleber Souza e Márcia Miranda
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As marcas nas pedras chamaram atenção da equipe. Algumas têm formato de canoa, outras lembram bacias arredondadas.
“A lâmina do machado era esfregada na rocha até ganhar forma. Esse processo deixava uma marca no meio da pedra, resultado do desgaste”, detalhou Souza.
Arqueólogos encontram oficina indígena milenar em Tartarugalzinho
Divulgação/Kleber Souza e Márcia Miranda
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Segundo o arqueólogo, os locais visitados em Tartarugalzinho são áreas de banho frequentadas pela população e podem ser incluídos na rota turística do município.
Marcas nas rochas evidenciam oficinas indígenas milenares
Divulgação/Kleber Souza e Márcia Miranda
Além da cachoeira visitada, moradores do município relataram ter terrenos com formações semelhantes. Para os arqueólogos, isso indica que havia várias das oficinas ao longo dos rios Tartarugalzinho e Tartarugal Grande.
“Esses locais eram usados por grupos indígenas sedentários, horticultores e ceramistas. Com a chegada dos europeus e dos machados de ferro, eles deixaram de produzir os de pedra e passaram a usar os novos instrumentos”, explicou o arqueólogo.
A equipe também realiza escavações no centro histórico de Macapá e deve iniciar uma nova etapa na Praça Barão do Rio Branco, com foco no século 19.
Arqueólogos do Amapá encontram vestígios de oficina indígena milenar no Amapá
Divulgação/ Kleber Souza e Márcia Miranda
A descoberta foi realizada com o apoio da Secretaria de Cultura de Tartarugalzinho. Ainda segundo o arqueólogo, o município possui poucas informações sobre a sua ocupação histórica.
"Pesquisas arqueológicas permitem reconstruir a trajetória dos povos que habitaram a região há milhares de anos, ajudando a entender dinâmicas de ocupação de povos originários, ao mesmo tempo, orientam políticas públicas de preservação, geoconservação e planejamento ambiental, além de impulsionar o turismo cultural e ecológico, trazendo novas fontes de renda ao município", completou.
Equipe de arqueólogos estuda história de Tartarugalzinho por meio de pesquisas de campo
Divulgação/Kleber Souza e Márcia Miranda
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