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Campinas registra ao menos uma criança por dia sem nome do pai na certidão de nascimento em 2025


Campinas registra ao menos uma criança por dia sem nome do pai na certidão em 2025

Reprodução EPTV

Em 2025, todos os dias Campinas (SP) registrou ao menos 1 criança sem o nome do pai na certidão de nascimento, em média, segundo dados do Portal da Transparência do Registro Civil.

De janeiro até o dia 15 de agosto, os registros com a lacuna na certidão foram 284 em Campinas, 100 em Piracicaba (SP) e 76 em Limeira (SP). Os três municípios receberam um mutirão de reconhecimento e investigação de paternidade neste sábado (16), mas a Defensoria Pública oferece os serviços de forma regular. Veja abaixo como procurar atendimento.

Os dados também apontam que, desde 2016, foram feitos 5.939 registros sem o nome do pai na metrópole. Já Piracicaba totalizou 2.028 registros, e Limeira teve 1.413 no período.

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Consequências da lacuna na certidão

Embora a lei brasileira permita que a mãe registre o filho sem o nome do pai, a ausência do reconhecimento paterno pode trazer consequências negativas à criança. Sem o nome do pai no documento, por exemplo, não é possível exigir legalmente o pagamento da pensão alimentícia e pode haver dificuldades nos acessos a outros benefícios.

"A pessoa que não tem registro no nascimento, ela não pode pedir, por exemplo, um auxílio alimentos. Se o pai falece, ela não é considerada herdeira. E aí disso também decorre que não pode pedir auxílio pensão por morte e, eventualmente, outros tipos de benefícios previdenciários", explica o defensor público Filipe Silva Santos Murinelli.

Como buscar atendimento?

Para enfrentar esse cenário, a Defensoria Pública do Estado de São Paulo realizou neste sábado (16) um mutirão de reconhecimento e investigação de paternidade nas três cidades. O atendimento incluiu coleta de material genético para exames de DNA e acordos extrajudiciais para formalizar o reconhecimento.

Mesmo sem ter participado do mutirão, quem busca o reconhecimento de paternidade pode procurar o atendimento da Defensoria Pública pelo telefone 0800 773 4340.

Para as pessoas que possuem dúvidas sobre a paternidade, a Defensoria conta com técnico de enfermagem e enfermeira para fazer a coleta do material genético. Depois, o órgão entra em contato com os usuários para informar o resultado.

"Para aquelas pessoas em que não há dúvida, mas mesmo assim ainda não registraram, a gente já pode caminhar para um acordo extrajudicial, seja para formalização, para posterior judicialização ou encaminhamento para o órgão de registro competente das pessoas naturais para proceder para o registro de assento de paternidade", diz Murinelli.

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