G1

Conhecido como primeiro gênero urbano da MPB, Panorama do Choro Paulistano Contemporâneo se apresenta em Pres. Prudente


Evento será nesta sexta-feira (16) e os ingressos podem ser retirados a partir das 12h. Panorama do Choro Paulistano Contemporâneo se apresenta em Presidente Prudente (SP)

Stela Handa

Conhecido como o primeiro gênero urbano da Música Popular Brasileira (MPB), o choro atravessa gerações e se faz presente não só no país, mas como em todo o mundo. Como uma forma de incentivar compositores a mostrarem suas músicas, em 2007, o projeto Panorama do Choro Paulistano Contemporâneo foi criado, justamente, por esse motivo: perpetuar um estilo genuinamente brasileiro. Nesta sexta-feira (16), às 20h30, o grupo apresenta o repertório de grandes nomes do choro, no Jardim das Rosas, em Presidente Prudente (SP). A entrada é gratuita, porém, é necessário retirar os ingressos antecipadamente.

📱 Participe do Canal do g1 Presidente Prudente e Região no WhatsApp

Ao g1, a pandeirista, pesquisadora, produtora e idealizadora do projeto, Roberta Valente, junto com Yves Finzetto, o grupo leva esse nome por um simples motivo: “dar um panorama da cena do choro contemporâneo de São Paulo (SP)”.

“O choro é um gênero que, até os anos 2000, ele era, basicamente, composto por composições de grandes mestres como Pixinguinha, Jocob do Bandolim e Waldir Azevedo. Os compositores contemporâneos quase não compunham ou, se compunham, tinham vergonha de mostrar suas próprias músicas. Então, o Yves e eu, inconformados com essa realidade, montamos esse grupo, que consiste em um sexteto, e convidamos vários compositores de São Paulo, nossos ídolos, para a gente gravar uma música deles, com a participação deles”, explicou a percussionista ao g1.

O projeto de música instrumental é composto por:

Roberta Valente e Yves Finzetto, na percussão e pandeiro;

Alexandre Ribeiro, no clarinete;

João Poleto, no saxofone e na flauta;

Gian Corrêa, no violão de sete cordas; e

Henrique Araújo, no bandolim e no cavaquinho.

Gênero brasileiro 🪕

Roberta detalhou ao g1 que o choro é “o pai de toda a Música Popular Brasileira” e que, a partir desse estilo musical, surgiram o samba e muitos outros gêneros.

“O primeiro gênero é o choro e ele é muito importante. É um gênero bastante difícil porque a origem dele vem da polka europeia e do lundu africano, assim, resumindo. Claro que não é só isso, mas, basicamente, esses dois gêneros, quando chegaram e se encontraram ali no Rio de Janeiro, a partir de 1808, foram os músicos brasileiros que entraram em contato com esses gêneros e criaram o choro”, contextualizou ao g1.

“Então, é um gênero que tem origem da música clássica, por essa razão a dificuldade e o alto nível de melodia e harmonia. Enfim, é um gênero incrível, eu sou muito suspeita”, completou.

Ela ainda relembrou que, em fevereiro de 2024, o choro foi reconhecido pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio imaterial da cultura brasileira. O ritmo musical, genuinamente brasileiro, teve início por volta de 1870, quando Joaquim Callado lançou a música "Flor Amorosa", no Rio de Janeiro. Depois disso, nomes como Chiquinha Gonzaga e Pixinguinha se consagraram no gênero.

“Finalmente estamos conseguindo com que o nosso gênero amado seja reconhecido e ele é muito importante para a cultura brasileira, porque ele representa a cara do Brasil e da música brasileira, desde os primórdios, e tem choro e clube de choro no mundo inteiro”, destacou Roberta ao g1.

Ela ainda ressaltou que o gênero deve ser preservado por fazer parte da história do país.

“Apesar de ter tido influências de outros gêneros, ele é um estilo brasileiro que nasceu aqui, que foi criado aqui, então a gente precisa muito valorizar o que é nosso porque o mundo inteiro valoriza, menos a gente. Então, graças a Deus, a partir dos anos 2000, o choro começou a ser ensinado nas escolas e ele se difundiu, agora todo mundo toca choro. Antes, o gênero era muito ainda uma coisa de velhinhos tocando, aquela coisa, assim, no quintal, agora não. Agora foi despertado um interesse gigante dos jovens, graças ao ensino nas escolas”, pontuou ao g1.

“Ele chegou perto de desaparecer, com a invasão do rock, da Jovem Guarda, do bolero, nos anos 1960, 1970, ele chegou perto, mas graças a Deus isso não aconteceu e agora ele tá mais forte do que nunca”, completou.

Repertório 🎷

Segundo Roberta, o público pode esperar um show extremamente virtuosístico, com seis músicos e três convidados, de diferentes idades, gerações e escolas da música.

“Vai ser um show muito rico, nós vamos misturar o choro com os seus ‘subgêneros’, né, como por exemplo, baião, frevo, a polka, o machiche. Então, vai ser um show muito especial, com músicos de altíssimo nível e a gente espera passar um pouquinho do nosso amor por essa música e contagiar a plateia. Esperamos que todo mundo se interesse por esse gênero”, finalizou o g1.

O repertório é composto por:

“Passando a Bola”, de Mestrinho

“As Travessuras de Tetê e Narinha”, de Henrique Araújo

“Santos Reis”, de Alexandre Ribeiro

“Irmãos de Briga”, de Thiago França

“Como Raul Gosta”, de Alessandro Penezzi

“Ao Mestre”, de Alessandro Penezzi

“Saudades de Radamés”, de Milton Mori

“Vaqueiro dos Mourões”, de Fabio Peron

“A Turma”, de Zé Barbeiro

“Chá de Macaco”, de Zé Barbeiro

“Lá Pelas Nove”, de João Poleto

“Tico Tico no Fubá”, de Zequinha de Abreu

“Ao Nosso Amigo Esmê”, de Laércio de Freitas

Serviço 🎶

O show será nesta sexta-feira (16), às 20h30, na Área de Convivência do Sesc Thermas, que fica localizado na Rua Alberto Peters, nº 111, no Jardim das Rosas, em Presidente Prudente.

Os ingressos podem ser retirado, em até 2 por pessoa, a partir das 12h no dia do show por meio do aplicativo Credencial Sesc SP, no site ou preencialmente na Central de Relacionamento.

VÍDEOS: Tudo sobre a região de Presidente Prudente

Veja mais notícias em g1 Presidente Prudente e Região.

Baixe o nosso aplicativo

Tenha nossa rádio na palma de sua mão hoje mesmo.