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Eleição na Romênia terá 2º turno com candidato de extrema direita; disputa eleitoral acontecerá em 18 de maio


George Simion e Nicusor Dan se enfrentarão em 14 dias. O presidente da Romênia tem um papel semi executivo que inclui comandar as forças armadas e presidir o conselho de segurança que decide sobre a ajuda militar. George Simion

Reuters

George Simion, candidato nacionalista de extrema-direita e líder da Aliança para a Unidade dos Romenos (AUR), disputará o 2º turno da eleição presidencial da Romênia contra o candidato do centro e atual prefeito de Bucareste, Nicusor Dan.

Com 99,97% dos votos apurados, Simion estava com 40,93% dos votos, seguido por 20,98% de Dan.

🗳️ Os dois se enfrentarão em 18 de maio. O presidente da Romênia tem um papel semi executivo que inclui comandar as forças armadas e presidir o conselho de segurança que decide sobre a ajuda militar.

O candidato conjunto da coalizão governista, Crin Antonescu, recebeu 20,10% dos votos. Antonescu admitiu a derrota e disse que acreditava ser um "resultado irreversível".

Simion assumiu o posto de candidato representante da extrema-direita depois que Calin Georgescu teve a candidatura barrada (entenda mais abaixo).

Calin Georgescu e George Simion

Reuters

Eleição adiada e candidatura suspensa

As eleições presidenciais, que deveriam ter acontecido em dezembro, foram suspensas após o principal conselho de segurança da Romênia divulgar documentos que indicavam que o país foi alvo de "ataques híbridos agressivos russos" durante o período eleitoral.

À época, Georgescu, que tem ideais pró-Rússia, apareceu com porcentagens baixas nas pesquisas eleitorais, mas terminou a eleição em 1º lugar. Com isso, uma nova disputa foi marcada este domingo (4).

Porém, ele foi impedido de concorrer novamente – os motivos da decisão não foram imediatamente esclarecidos.

De todo modo, em fevereiro, promotores abriram uma investigação acusando-o de "incitação a ações contra a ordem constitucional", apoio a grupos fascistas, declarações falsas sobre financiamento de campanha e omissão de ativos financeiros.

🔁 Dessa forma, George Simion assumiu seu lugar na disputa eleitoral.

Calin Georgescu em de debate entre candidatos a presidente em Bucareste, na Romênia

Inquam Photos/Octav Ganea via REUTERS

No entanto, mesmo Georgescu não podendo disputar o cargo, Simion prometeu neste domingo que, caso se tornasse presidente, colocaria seu colega no poder.

Para tal, ele disse que faria: "um referendo, eleições antecipadas ou até a formação de uma coalizão no parlamento que nomearia [Georgescu] primeiro-ministro".

Ou seja, a atual disputa eleitoral será um teste para comprovar – ou não – a ascensão do nacionalismo ao estilo Donald Trump na União Europeia.

País é rota de arma e munições

Segundo a BBC, o resultado da eleição é aguardado com nervosismo em Washington, Kiev e Moscou. A Romênia é uma rota importante de trânsito para sistemas de armas e munições para a Ucrânia.

O país possui, principalmente:

um escudo de defesa antimísseis dos EUA; e

três grandes bases aéreas, de onde a OTAN realiza missões de policiamento aéreo até a fronteira entre a Ucrânia e a Moldávia.

Além disso, a Ucrânia exporta 70% de seus grãos pela costa do Mar Negro, através das águas territoriais romenas, em direção a Istambul. A Marinha romena desmina essas águas e a Força Aérea romena treina pilotos ucranianos para pilotar caças F-16.

Uma vitória de Simion poderia isolar o país, corroer o investimento privado e desestabilizar o flanco oriental da Otan, onde a Ucrânia está lutando contra uma invasão russa de três anos, dizem observadores políticos.

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