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Governo processa Meta por permitir golpes com símbolos oficiais e imagens de políticos


Anúncios fraudulentos aproveitaram desinformação sobre Pix e usaram imagens de políticos; AGU afirma que fraude poderia ter sido evitada e pede a devolução dos lucros obtidos com a veiculação desses anúncios. Logo da Meta, controladora do Facebook, em foto tirada em 28 de outubro de 2021

Justin Sullivan / Getty Images North America / Getty Images via AFP

O governo entrou com um processo contra a Meta para barrar o uso de símbolos oficiais e imagens de autoridades em golpes divulgados no Facebook e no Instagram (controlados pela empresa).

A iniciativa partiu da Advocacia-Geral da União (AGU), que entrou com a ação nesta segunda-feira (28).

Segundo a AGU, ao menos 1.770 anúncios enganosos foram publicados nessas redes sociais entre os dias 10 e 21 de janeiro, com o objetivo de enganar usuários.

Os golpes simulam programas do governo, utilizam logotipos oficiais, nomes de órgãos públicos e imagens manipuladas por inteligência artificial de figuras políticas para dar credibilidade às fraudes.

As fraudes prometiam, por exemplo, o depósito de valores via Pix, mas exigiam o pagamento de uma taxa falsa. Os golpistas se aproveitaram de uma onda de desinformação sobre o sistema de pagamentos para enganar as vítimas.

A ação tem como base dados revelados em fevereiro por um estudo do Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais da UFRJ (NetLab).

UFRJ aponta epidemia de golpes com PIX nas redes

Falhas na moderação e pedido de indenização

A AGU afirma que os anúncios tinham erros grosseiros, como nomes de programas inexistentes e padrões gráficos diferentes dos usados pelo governo, e que poderiam ter sido facilmente identificados se houvesse uma análise adequada por parte da plataforma.

Mais especificamente, a ação foi movida contra a empresa Facebook Brasil, responsável pela publicidade das plataformas da Meta no país.

O governo pede que a Meta indenize a sociedade por danos morais coletivos e devolva os valores ganhos com a veiculação dos anúncios fraudulentos, com os recursos destinados ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos. Além da adoção de medidas mais eficazes de verificação de anúncios.

Ao g1, a Meta disse que não vai comentar o assunto.

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