Lucilene, vítima de feminicídio, e Erivaldo, preso pelo crime
Acervo pessoal
A Justiça decidiu que vai a júri popular Erivaldo dos Santos Moura, de 50 anos, que matou sua esposa com nove facadas em uma calçada, em Limeira (SP), em setembro de 2024. O acusado foi flagrado pela Polícia Militar no local, ainda com a arma do crime, e está preso desde o dia do feminicídio.
Lucilene Gonçalves Machado tinha 44 anos e era dona de uma empresa de esmalterias, na Rua Pedro Zaccaria, no Jardim Nova Itália.
Vizinhos informaram que uma briga entre o casal começou dentro da empresa da vítima e terminou na calçada, onde ela recebeu as facadas. Lucilene morreu no local.
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ARQUIVO: veja reportagem da EPTV sobre o crime
O réu foi denunciado por homicídio contra mulher por razões da condição de sexo feminino (violência doméstica e familiar), por por motivo fútil e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.
À Justiça, o acusado afirmou cometeu o crime por causa de uma suposta traição, mas que está arrependido. Também disse que foi ao salão para conversar com a vítima, mas ela partiu para cima dele, mostrando conteúdos no celular, o que o desestabilizou.
"Como se denota, à luz do arcabouço probatório constante dos autos, há indícios suficientes de autoria, que recaem sobre a pessoa do denunciado, de modo que deve ser pronunciado", afirmou o juiz Fábio Augusto Paci Rocha, da 1ª Vara Criminal de Limeira.
🔎 A pronúncia é a decisão de que o réu deve ser julgado pelo Tribunal do Júri (júri popular).
Policiais militares no local do crime, em Limeira
Wagner Morente
O que diz a defesa
Ao g1, a defesa do acusado optou por não se pronunciar sobre o caso.
No processo, seu advogado pediu a absolvição sob justificativa de ausência de dolo - intenção de matar -, que ele seja julgado por lesão corporal seguida de morte e sejam excluídas as qualificadoras.
🔎 As qualificadoras são características do crime que podem elevar a pena. Rocha também manteve a prisão preventiva do réu.
O magistrado não acolheu a qualificadora de motivo fútil, mas acolheu as demais.
Delegado Leonardo Burger no local; caso vai ser investigado pela Polícia Civil
Wagner Morente
PMs chegaram a negociar com acusado
Erivaldo foi preso ainda no local, pouco depois do ataque, ainda com a arma do crime e a vítima ao seu lado. Ela morreu antes que pudesse receber atendimento médico.
Vídeo ao qual a EPTV, afiliada da TV Globo, teve acesso, mostra policiais militares negociando com o autor do crime, que depois de um tempo joga a faca no chão e se entrega (assista acima).
O policial militar Fábio Canella flagrou o crime enquanto ainda estava acontecendo, quando Erivaldo estava sobre a vítima, desferindo os golpes.
"A princípio, eu achei que ele estava batendo nela. Posteriormente, a hora que ele retirou a faca do corpo dela, pude presenciar que ele estava esfaqueando essa pessoa", explicou o PM, à época.
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