Orides do Carmo Brito morreu em um incêndio na Zona Sul de SP, em agosto de 2024, mas só teve o corpo liberado após o resultado de um exame de DNA feito pela família para comprovar a identidade. O resultado levou 10 meses para ser liberado. Orides do Carmo Brito
Reprodução/ TV Globo
O corpo de um zelador, que morreu em agosto de 2024, levou 10 meses para ser liberado pelo Instituto Médico Legal (IML) em São Paulo. Ele foi enterrado na última segunda-feira (16).
Orides do Carmo Brito, de 60 anos, morreu carbonizado. A casa em que ele trabalhava, na Avenida Giovanni Gronchi, pegou fogo, e a vítima teve 80% do corpo queimado. Com isso, não foi possível realizar o reconhecimento visual.
A família apresentou documentos de Orides e até sobre um pino que ele tinha na perna, mas os registros não foram aceitos pelo IML. A alternativa foi um exame de DNA para comprovar a identidade de Orides.
"Meu pai era uma pessoa muito boa, de um coração enorme, amoroso com todo mundo. Tudo que ele podia fazer para ajudar, estava disposto a fazer. Mandaram a gente ir atrás da documentação dos pinos que ele usava na perna, mas chegávamos no hospital e não liberavam os documentos. Pegamos a documentação, levamos ao IML e eles alegaram que não tinha batido com o corpo", diz Franciane de Oliveira Brito, filha de Orides.
"Pediram DNA, a gente fez e disseram que era para aguardar, que o resultado levaria entre um ano e um ano e meio", completou.
O exame ficou pronto em cerca de 10 meses.
Quando o corpo foi liberado, a família não tinha condições financeiras para realizar o enterro. Eles tentaram o enterro social oferecido pela Prefeitura de São Paulo, mas, como é cobrada uma taxa de R$ 585, não tinham condições de arcar.
“A assistente social disse que ele não tinha direito porque não tinha Bolsa Família”, diz Romilda de Oliveira Brito, viúva de Orides.
A família conseguiu enterrar Orides com a ajuda de doações da comunidade.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) disse que, em casos de corpos carbonizados, como o de Orides, é exigido um tempo maior para identificação. Por isso, não é possível estabelecer uma estimativa média de tempo para obter os resultados. Disse ainda que o caso é investigado.