Ao todo, cinco foram presos em ação conjunta das polícias civis de Minas Gerais e de São Paulo, nesta quarta-feira (18). Operação decorre da prisão de suspeito de liderar célula neonazista em Belo Horizonte. Como o investigado, foram encontrados objetos com símbolos supremacistas e nazistas, além de material de abuso sexual infantojuvenil.
Victor Hugo Bittencourt/EPTV
As investigações que levaram à prisão do suspeito de integrar um grupo neonazista nesta quarta-feira (18), em Campinas, foram iniciadas após informações repassadas pela embaixada dos Estados Unidos (EUA) em Brasília, segundo a Polícia Civil. Entenda abaixo.
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O caso é investigado pela polícia de Minas Gerais e resultou na Operação Overlord, que prendeu cinco homens na quarta-feira, com apoio da polícia do Estado de São Paulo. O suspeito preso em Campinas também armazenava conteúdo de abuso sexual infantil em celulares.
Início das investigações
De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais, as investigações tiveram início em dezembro de 2023, após informações repassadas pela Homeland Security Investigations – da embaixada dos Estados Unidos da América em Brasília.
Na época, foi informado que indivíduos veiculavam discursos neonazistas, supremacistas e de ódio contra grupos marginalizados em uma rede social, bem como a intenção de possíveis atos de violência.
A partir das informações e dos trabalhos de investigação, a polícia chegou ao suspeito de liderar o grupo nazista, um homem de 20 anos, preso em Belo Horizonte (MG). Ele é apontado como responsável por coordenar a atuação dos comparsas nos municípios de Belo Horizonte, Nova Lima (MG), Poços de Caldas (MG) e Campinas.
Prisão em Campinas
Depois da prisão do suspeito em Belo Horizonte, a polícia de Minas Gerais chegou a um homem de 20 anos, de Campinas, que seria integrante do mesmo grupo. A prisão foi realizada por equipes da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) da metrópole.
A DIG cumpriu o mandado de prisão preventiva e um mandado de busca e apreensão na casa do investigado. Foram encontrados computadores, um soco inglês, livros, roupas e objetos com símbolos relacionados a nazismo, violência contra minorias e separatismo.
Nos celulares, foram encontradas imagens com símbolos supremacistas e nazistas, além de material de abuso sexual infantojuvenil. Segundo Marcelo Fehr, delegado da DIG, o "fato da pessoa receber esse material, mesmo que ela não divulgue, já é crime".
"Em relação ao material pornográfico infantojuvenil, não há indícios por hora de que ele compartilhava esse material com terceiros. Em relação ao material de divulgação do nazismo e neonazismo, diversos grupos do qual ele fazia parte foram encontrados no seu aparelho celular, dando a entender que ele realmente divulgava amplamente esse conteúdo", informa Luís Fernando Dias, delegado da DIG que também participou da ação.
O homem foi preso em flagrante e o material apreendido vai passar por perícia. Segundo Dias, a partir da perícia será possível saber a dimensão da ação do suspeito.
"A perícia que vai ser realizada nesses eletrônicos vai trazer para nós um panorama da extensão, de quantas pessoas ele potencialmente atingia se ficava só aqui regionalmente. Daí enseja o prosseguimento da investigação, identificando eventuais membros dessa organização criminosa", explica o delegado.
O suspeito ficou em silêncio durante o depoimento da delegacia. Somadas, as penas podem chegar a 9 anos de prisão.
Polícia de Campinas prende homem por suspeita de apologia ao nazismo
Outros presos
Ao todo, cinco homens foram presos na Operação Overlord, uma ação conjunta das polícias civis de Minas Gerais e de São Paulo. Os investigados têm idades entre 18 e 20 anos.
Cinco ordens de busca e apreensão também foram cumpridas nas cidades mineiras de Nova Lima e Poços de Caldas, e em Campinas.
Os suspeitos foram presos por organização criminosa e pelos crimes de “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” e “fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo.”
O grupo estaria envolvido em atos de apologia ao nazismo na internet, discriminação de grupos minoritários e discursos de ódio. Os suspeitos seriam responsáveis pela pichação de emblemas nazistas em edificações, veiculação de cartazes antissemitas, enfrentamento e agressões de grupos minoritários.
Operação da polícia prendeu suspeito de apologia ao nazismo
Reprodução/EPTV
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