De acordo com Secretaria de Saúde, 'alta já era esperada por causa da sazonalidade das doenças respiratórias'. Criança recebe vacina contra gripe, em imagem de arquivo
Carlos Bassan
O número de crianças internadas com síndromes gripais no Distrito Federal disparou no início deste ano.
De janeiro a março de 2025, 3.044 crianças e adolescente até 14 anos precisaram de atendimento em enfermarias da rede pública;
No mesmo período do ano passado foram 2.456 crianças e adolescentes — um aumento de 23%;
Nas UTIs, o crescimento foi ainda maior de um ano para outro: 35% a mais de casos, com total 533 internações.
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De acordo com a Secretaria de Saúde, a alta já era esperada por causa da sazonalidade das doenças respiratórias, que costuma ocorrer entre janeiro e junho. As doenças podem ser causadas por vários microrganismos, como bactérias, vírus e fungos. A consequência são infecções das vias aéreas como as gripes e os resfriados, pneumonias e bronquiolites.
Cuidados
Internações por síndromes gripais aumentam no DF.
A pneumologista pediátrica Luciana Monte, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, destacou a importância da prevenção, com vacinação e cuidados no dia a dia.
“Evitar ter contato com pessoas que estiverem grávidas, com sintomas virais. Evitar sair de casa, ou pelo menos usar máscara, aglomerações com bebezinhos. Idosos não devem ficar aglomerados. E também incentivar a amamentação, hábitos saudáveis de vida e o sono adequado”, disse.
A vacinação contra a gripe está disponível na rede pública. Além disso, o DF começou, em fevereiro, a aplicar o palivizumabe — medicamento que previne vírus sincicial respiratório (VSR), causador da bronquiolite e de outras infecções graves em bebês e crianças pequenas —, na Policlínica do Gama.
Dificuldade de atendimento
A emergência do Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB) ficou lotada na tarde desta quarta-feira (23). O cozinheiro Elbis Daniel procurava ajuda para a filha Sofia, de dois anos, com crise respiratória agravada pela asma.
"Viemos ontem e hoje também porque eles falaram que não ia ter atendimento. [...] A gente foi no posto de saúde, foi na UPA e foi no HRAN [Hospital Regional da Asa Norte]. Eles mandarama gente vir para cá e ainda nada]", disse.
Dienifer da Costa também peregrinou atrás de atendimento para a filha Júlia, de sete anos.
"Eu fui para a UPA de São Sebastião. Lá eles me falaram que só iam atender a minha filha se ela estivesse morrendo. Também quando chegamos aqui, falaram que era só pulseira vermelha".
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