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Mães denunciam falta de merenda em escola pública municipal de Belém

Problema que atinge escolas prejudica desenvolvimento das crianças, impactando diretamente o trabalho e a renda das famílias. Mães denunciam falta de merenda em creche municipal no bairro do Marco

Mães de alunos da Escola Municipal de Educação Infantil Professora Lúcia Soares Castro, localizada na Avenida João Paulo II, no bairro do Marco, em Belém, denunciam a falta de merenda escolar nos últimos dois meses.

Segundo relatos, as crianças estão sendo liberadas mais cedo e, muitas vezes, sem se alimentar adequadamente.

A creche, que deveria oferecer atendimento em tempo integral para garantir estudo, brincadeira e alimentação para as crianças enquanto os pais trabalham, tem se tornado motivo de preocupação para as famílias.

“Na escola está tendo falta da merenda e, de vez em quando, as professoras nos avisam em cima da hora. Sem a merenda, eles não podem ficar”, relata Gisele Lima, designer gráfico e mãe de aluno.

Késsia Borges, manicure, conta que só ficou sabendo da ausência da merenda ao chegar com o filho na escola: “Hoje eu trouxe meu filho e não sabia que não tinha, só tinha almoço e leite”. A situação tem obrigado muitas mães a buscar os filhos antes do horário regular.

O problema da falta de merenda não é exclusivo da escola Lúcia Soares Castro. Mães de outras regiões da cidade, como Tapanã, Curió-Utinga e Mosqueiro, também relatam dificuldades para garantir a alimentação dos filhos nas creches municipais.

Desde o início do ano letivo, em fevereiro, as crianças estão chegando em casa com fome, situação que não ocorria até o fim do ano passado, segundo as mães ouvidas pela reportagem.

“Meu filho, quando chega em casa, fala: ‘mamãe, tô com fome’. Aqui está tendo falha”, diz Gisele.

Fernanda Rabelo, produtora cultural e mãe de aluno, afirma: “Há dois meses, a gente percebe que ele chega com muita fome. Antes, chegava satisfeito, descansava”.

Mães denunciam falta de merenda em creche de Belém

Além de prejudicar o desenvolvimento das crianças, a falta de merenda impacta diretamente o trabalho e a renda das famílias. “Devido a essas faltas, um dia é integral, outro não é... A gente está em casa trabalhando e a escola aciona dizendo que não vai dar pra ficar”, relata Késsia.

Amanda Fonseca, confeiteira, afirma que precisou mudar de profissão devido à instabilidade dos horários da creche: “Sou formada em nutrição e não consegui. Tive que mudar. No meu emprego, não compreendiam mais”.

Há cerca de duas semanas, as mães foram informadas de que a escola está sem diretoria, o que, segundo elas, dificulta ainda mais a resolução do problema. “Fomos comunicadas há um mês que está sem direção”, diz Késsia.

Além da merenda, a escola enfrenta outros problemas relacionados à falta de repasses da prefeitura, como subsídios para limpeza, brinquedos e até a entrega de uniformes escolares. “Esse ano, não recebemos uniforme. Falta uma atenção maior”, afirma Fernanda.

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação de Belém (Semec) informou que houve um “pequeno” atraso no fornecimento de gêneros alimentícios por parte dos fornecedores, devido aos feriados prolongados de Páscoa e Tiradentes.

A Semec afirmou ainda que trabalha, desde a última semana, para regularizar a merenda escolar em toda a rede pública municipal.

Segundo a secretaria, as entregas são realizadas por zonas, de acordo com os distritos administrativos de Belém, o que faz com que algumas escolas já tenham recebido a merenda e outras ainda aguardem o abastecimento.

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