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Morre Seu Vital, dono de bodega considerada Patrimônio Cultural e Imaterial do Recife


Comerciante morreu um dia antes de completar 85 anos. Ele estava internado por problemas respiratórios desde o dia 24 de abril. Morre Seu Vital, dono de tradicional bodega e ponto cultural do Recife

Morreu, na noite da quarta-feira (30), o comerciante Vital José de Barros, conhecido como Seu Vital. Ele era dono da tradicional bodega, a Venda de Seu Vital, conhecido ponto de encontro de boêmios e artistas no bairro do Poço da Panela, na Zona Norte do Recife, e considerada Patrimônio Cultural Imaterial do Recife (veja vídeo acima).

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Seu Vital completaria 85 anos nesta quinta-feira (1º), junto com sua esposa, Severina Firmino de Barros, 88 anos. Os dois nasceram no mesmo dia. Foi da comemoração conjunta do aniversário do casal que aconteceram os primeiros forrós que se transformaram na marca registrada da venda.

O comerciante estava internado no Hospital Hapvida da Ilha do Leite, no centro da cidade, desde o dia 24 de abril. Seu Vital foi internado por problemas respiratórios e morreu após uma parada cardíaca.

O velório está marcado para às 13h desta quinta, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife. O enterro será realizado às 15h.

Patrimônio Cultural e Imaterial do Recife

Seu Vital era natural de Bezerros e mantinha um forró em sua venda

Rodrigo Lobo/TV Globo

Desde 17 de outubro de 2024 a Venda de Seu Vital é considerada um Patrimônio Cultural e Imaterial do Recife. O projeto de lei foi proposto pela vereadora Cida Pedrosa (PCdoB) e sancionado pelo prefeito João Campos (PSB).

Em sua justificativa, Cida Pedrosa pontuou que a Venda de Seu Vital funciona num casarão preservado desde os anos 1950, fundada pelo primeiro proprietário, Lourival Campelo, morador do Poço da Panela, onde a mercearia funciona até hoje.

A parlamentar apontou a relevância do espaço para o bairro, no qual “trabalhadores, moradores, artistas e boêmios se reúnem para falar do seu dia a dia, idealizar obras de arte, livros e dançar o tradicional forró”.

A relevância cultural da Venda de Seu Vital também foi abordada no documentário “Regente Joaquim e o Forró da Índia”, com direção do jornalista e fotógrafo Rodrigo Lobo. A venda é lembrada como espaço tradicional, com raízes no forró, que segue relevante na cena cultural do bairro do Poço da Panela.

No documentário, a neta de Seu Vital, Jamylle Barros, contou que o forró que ele mantinha na bodega era um dos principais momentos de lazer do avô, que não gostava muito de sair de casa e tinha no movimento da venda sua maior satisfação pessoal.

"Sempre gostei de forró, né? E essa rapaziada… É Chiló, Gerrá [músicos da banda] e os outros formaram esse jeito deles de trabalhar e a gente começou fazendo um forrozinho aqui. Todo ano a gente se diverte uma temporadazinha aqui. [...] Não tem esse negócio de tá mudando para ficar longe não. É agarrado mesmo! Um ar-condicionado da gota desse?!", contou Vital, num dos trechos do filme.

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