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'O folclore é uma coisa diária', diz cordelista Jesus de Burarama sobre a importância da valorização das tradições culturais


Da esquerda para a direita, a jornalista Vivian Padovan, chefe de Redação da TV Fronteira, o escritor Jesus de Burarama, o jornalista Luís Augusto Pires Batista, gerente de Jornalismo e Esporte da TV Fronteira, e o jornalista Gelson Netto, coordenador de Webjornalismo do Portal g1 Presidente Prudente e Região

Murilo Zara/TV Fronteira

O escritor Renato de Jesus, que é cordelista e adota o pseudônimo Jesus de Burarama, visitou a sede da TV Fronteira, em Presidente Prudente (SP), na tarde desta segunda-feira (4).

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O autor defende a importância de ensinar para as crianças o folclore brasileiro, ou seja, tradições, lendas e costumes que são transmitidos de geração em geração e formam a identidade cultural de um povo.

“A gente começou hoje em [Presidente] Prudente uma visita nas escolas. Nós fomos lá na [Escola Estadual] Pastor João Carlos Padilha de Siqueira, porque nós estamos no mês do folclore. E a gente sempre busca visitar as escolas para despertar nos alunos esse interesse, porque, para nós, o folclore não é só no mês de agosto, o folclore é uma coisa diária. Então, os professores têm que embutir na cabeça dos alunos que eles vivenciam na sua casa, em todo lugar, muita coisa do folclore, e eles não percebem. Então, é importante a gente estar sempre lembrando, principalmente agora nessa época, com tanta invasão tecnológica”, compartilhou Jesus de Burarama ao g1.

Na ocasião, o cordelista explicou sobre seu projeto “Saci Pererê contra o Halloween”.

“Eu tenho um projeto que se chama ‘Saci Pererê contra o Halloween’. O Halloween, como vocês sabem, é o Dia das Bruxas, que é uma cultura inglesa que foi popularizada pelos Estados Unidos, que foram colônia da Inglaterra. E o nosso Halloween, inclusive, é em caipirês. Raloim, né? Para marcar justamente essa questão, denunciar essa invasão, essa cultura de massa que vem e nos assola diariamente, e tende a, cada vez mais, principalmente às novas gerações, a esquecer das nossas tradições. Então, esse nosso projeto visita as escolas, traz também junto um pouco do que é a cultura caipira, que é o berço da nossa formação. E com isso a gente vai brigando, persistindo, né? Porque, enquanto você estiver batendo na tecla, que nós precisamos levar em conta a nossa tradição, a gente continua”, detalhou o escritor.

Jesus de Burarama acredita que o folclore não deveria ser comemorado apenas neste mês.

“O mês do folclore é em função do dia 22 de agosto, que é o Dia Mundial do Folclore. As escolas, durante o mês inteiro, fazem algum trabalho de alusão ao folclore. Mas, para mim, o folclore não deveria ser comemorado só em agosto. Você fica o resto do ano sem tocar no assunto, sendo que, no dia a dia, nós convivemos com isso. Eu falo até para os alunos: ‘Vocês, por exemplo, conhecem a história do seu pai, do seu avô? Vá, sente com ele, procure saber com ele como é que é, de onde ele veio, porque ele tem muita história para contar, porque, quando o seu avô faltar, a história da tua família vai sumir também. Então, é importante’”, pontuou o cordelista.

“As meninas que falam que têm avó que faz aquela comidinha gostosa por que não chegam e pedem para a avó pegar um caderno e falam: ‘Vamos fazer um livro de receitas da senhora?’. Porque, quando ela faltar, a comidinha gostosa não vai ter mais, entendeu? Então, ela, conversando com os avós, pegando aquela cultura toda que os avós representam, vai estar dando sobrevida à própria história da família, que hoje em dia, através do celular, a tendência é que você ache que tem um monte de amigos, mas, ao mesmo tempo, você está criando uma amizade falsa, virtual e sem conversar de verdade”, concluiu o autor ao g1.

As visitas às escolas seguem sendo realizadas em Presidente Prudente e serão promovidas também em Regente Feijó (SP) e em Teodoro Sampaio (SP) durante todo o mês.

Veja o calendário de atividades:

Presidente Prudente

dias 4 e 5 de agosto: às 12h, na Escola Estadual Pastor João Carlos Padilha, no Jardim Santa Mônica;

dia 8 de agosto: às 7h, na Escola Técnica Estadual (Etec) Professor Adolpho Arruda Mello;

dia 21 de agosto: às 9 hs, na Escola Estadual Antônio Fioravante de Menezes, na Vila Marina;

dia 22 de agosto: às 7h, na Escola Municipal João Sebastião Lisboa, na Vila Santa Helena;

Regente Feijó

dia 6 de agosto: às 7h, na Escola Professor Ivo Liboni;

Teodoro Sampaio

dia 11 de agosto: às 7h, na Escola do Assentamento Santa Zélia;

dia 12 de agosto: às 7h, no Centro Cultural Maria Helena Pires;

dia 13 de agosto: às 7h, na Escola Estadual Salvador Moreno;

dia 14 de agosto: às 7h, na Escola Municipal José Amador;

dia 15 de agosto: às 7h, na Escola Estadual João da Cruz Mellão, no distrito de Planalto do Sul

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