João Victor Moura Rangon foi morto com um tiro na cabeça durante abordagem policial em Orlândia, SP

Arquivo pessoal

O cabo da Polícia Militar Artur Filgueiras Cintra, de 28 anos, vai a júri popular pela morte do comerciante João Victor Rangon. O crime aconteceu em outubro do ano passado, durante uma abordagem da PM em Orlândia (SP).

O jovem, à época com 27 anos, foi baleado na cabeça por Cintra, que responde pelo crime em liberdade após decisão da Justiça Militar.

A data do julgamento ainda não está marcada. À EPTV, afiliada da TV Globo, a defesa de Cintra disse que discorda da decisão judicial de mandá-lo para júri e irá recorrer ao Tribunal de Justiça.

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Ao g1, o advogado Vinicius Ribeiro, que defende a família de João Victor disse que a acusação concorda com a decisão de pronúncia e entende o reconhecimento da existência de provas suficientes de materialidade e autoria para levar o caso a julgamento.

"Reafirmamos que seguiremos atuando com todos os meios legais para que a justiça seja feita de forma célere e efetiva, amenizando a dor dos familiares, que seguem em luto. Seguimos nosso compromisso com a transparência e a busca pela justiça".

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O crime aconteceu na noite de 3 de outubro de 2024. João Victor estava com o irmão, Gabriel Henrique Moura Rangon, de 25 anos, no carro e, de acordo com o boletim de ocorrência registrado, os dois teriam desrespeitado a ordem de parada da PM.

A atitude dos irmão, ainda de acordo com o boletim de ocorrência, levantou suspeitas dos PMs, que iniciaram uma perseguição que cruzou três cidades da região até terminar em Orlândia, a poucos metros da casa onde os dois viviam com os pais. (veja mais abaixo)

Júlio César Rangon, pai de João Victor e Gabriel, presenciou o momento em que um dos filhos foi baleado e o outro foi agredido pelos PMs.

Júlio César Rangon aparece de vermelho nas imagens de câmeras de segurança durante abordagem policial aos filhos em Orlândia, SP

Câmera de segurança

Perseguição, abordagem e morte

O comerciante João Victor Rangon morreu na madrugada do dia 3 de outubro após ser atingido por um disparo durante uma abordagem da Polícia Militar em Orlândia. Ele tinha 27 anos.

Segundo boletim de ocorrência, João Victor dirigia um carro modelo Ford Focus e desrespeitou a ordem de parada, o que deu início à perseguição. O caso aconteceu por volta da 1h. O irmão dele, Gabriel Henrique Moura Rangon, também estava no veículo.

Durante a fuga, ainda segundo o boletim de ocorrência, durante a fuga, João Victor passou por Sales Oliveira (SP), Morro Agudo (SP) e São Joaquim da Barra (SP) antes de retornar para Orlândia.

Já na Avenida Quatro, na região central de Orlândia, os policiais conseguiram cercar o veículo, que parou. Câmeras de segurança registraram a abordagem a João Victor e as agressões a Gabriel Henrique. (veja vídeo abaixo)

Vídeos mostram irmão agredido e desespero da mãe em abordagem policial em Orlândia

Ainda segundo o boletim de ocorrência, a arma de um dos policiais disparou e atingiu a cabeça de João Victor. Ele foi socorrido, mas chegou morto ao hospital.

Gabriel Henrique sofreu escoriações no braço e no punho. Nada de ilícito foi encontrado com os irmãos e nem dentro do carro deles.

Em depoimento à Polícia Civil à época do crime, Cintra ficou em silêncio. Um colega dele, que também esteve na abordagem, afirmou ter ouvido do policial que o disparo foi acidental.

Cintra foi preso em flagrante e chegou a ser solto pela Justiça comum após audiência de custódia. A Justiça Militar ainda determinou a prisão preventiva dele, mas ele também foi solto logo em seguida.

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