Exames genéticos não apontaram correspondência entre o material encontrado no corpo de Heloysa Maria de Alencastro Souza, de 16 anos, e os quatro presos investigados pelo assassinato; hipótese de abuso segue em investigação. Heloysa Maria de Alencastro Souza, de 16 anos, foi morta por estrangulamento, com um cabo de celular, em Cuiabá.
Reprodução
A Polícia Civil descartou a hipótese de que a adolescente Heloysa Maria de Alencastro Souza, de 16 anos, encontrada morta em um poço, no Bairro Ribeirão do Lipa, em Cuiabá, em abril, tenha sido estuprada por um dos suspeitos envolvidos no assassinato dela. Segundo o delegado da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos (Derfva), Marcos Sampaio, não houve correspondência entre o material genético encontrado na região íntima da vítima e o dos quatro investigados.
"O exame necroscópico da vítima aponta que existiam atos libidinosos na vítima, mas esses atos libidinosos eram, de certa forma, superficiais. Era uma rouxidão ali na região genital da vítima e pequenas escoriações, que eram compatíveis com atos libidinosos. Isso fez com que a gente solicitasse coleta de material genético nessa região, que foi confrontado com o material genético que foi colhido dos suspeitos e os resultados foram negativos", disse.
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Há uma semana, a perícia indicou que Heloysa apresentava sinais de abuso sexual, além de diversos hematomas pelo corpo. No entanto, ainda não é possível afirmar quem cometeu o ato. Apesar de os exames genéticos não apontarem correspondência entre o material coletado e os quatro suspeitos presos, eles continuam sendo investigados pela participação no assassinato da adolescente.
“Embora existam vestígios de que ocorreu algum ato libidinoso com a vítima, a gente não pode afirmar que esse ato foi decorrente de ação dos suspeitos, já que essa confrontação genética deu negativo”, explicou o delegado.
Indiciamento
Da esquerda à direita: Gustavo Benedito Junior Lara de Santana, de 18 anos, e Benedito Anunciação de Santana, de 40 anos
Divulgação
Nesta quarta-feira (7), o ex-servidor público Benedito Anunciação de Santana, de 40 anos, e o filho dele Gustavo Benedito Junior Lara de Santana, de 18 anos, foram indiciados pelo assassinato da adolescente. Apesar do indiciamento, o inquérito ainda não foi concluído.
Benedito era padrasto de Heloysa. Além dele e do filho, dois adolescentes, de 16 e 17 anos, foram apreendidos, à época do crime, por suspeita de participação no crime.
A vítima foi encontrada com múltiplas escoriações e roupas rasgadas. A perícia apontou que ela foi morta por asfixia mecânica — interrupção do fluxo de ar para os pulmões causada por uma obstrução física — após ser enforcada com um cabo USB.
Depoimento
Preso por morte de enteada diz que chamou filho e adolescentes para 'dar susto' em família
Em depoimento à Polícia Civil, Benedito negou que mandou matar a adolescente. Segundo ele, a intenção era 'dar um susto' na companheira dele, mãe da vítima (assista acima).
A mãe de Heloysa chegou na casa logo após a morte da filha, mas, sem perceber que a filha estava morta, acreditou se tratar de um roubo seguido por sequestro. Ela também foi espancada pelos criminosos.
Benedito mantinha um relacionamento com a mãe de Heloysa. O casal vivia junto há cerca de quatro meses.
Nas redes sociais, o padrasto chegou a publicar uma foto de Heloysa e pedia ajuda para encontrar a adolescente. A publicação foi feita às 21h05 e o boletim de ocorrência sobre o desaparecimento da jovem foi registrado pela mãe às 21h30, momentos antes do corpo ser encontrado.
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Entenda o caso
Heloysa Maria de Alencastro Souza foi encontrado com as mãos e pés amarrados dentro de um poço, em Cuiabá.
Reprodução
A adolescente de 16 anos foi morta na noite do dia 22 de abril, em Cuiabá. O corpo de Heloysa Maria foi encontrado com as mãos e pés amarrados dentro de um poço, em uma região de mata, no Bairro Ribeirão do Lipa.
O crime teve inicio quando Benedito foi até a casa da namorada, acompanhado de Gustavo e dos outros dois adolescentes, que eram colegas de escola do filho dele. Heloysa foi assassinada dentro da casa, antes da chegada da mãe e com o padrasto ainda presente no local.
Após o crime, o padrasto saiu da casa para atender um chamado de trabalho. Algumas horas depois, a mãe da vítima chegou em casa acompanhada de uma amiga. Gustavo estava com o rosto coberto e, por isso, não foi reconhecido.
As duas mulheres foram levadas para um quarto e a mãe não viu que a filha já estava morta. A princípio, a família acreditava que se tratava de um roubo seguido de sequestro.
Com a ajuda de câmeras de segurança, os policiais identificaram o veículo que seguia em direção a um condomínio da capital.
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Durante as buscas, os policiais encontraram duas placas do veículo e um lençol branco próximo a uma área de mata. As equipes então encontraram um poço onde estava o corpo da adolescente. Devido à profundidade, foi preciso acionar o Corpo de Bombeiros para a retirada do corpo.
Em rondas pela região, a polícia localizou um dos adolescentes suspeitos do caso. O jovem indicou os demais envolvidos, que foram detidos pela polícia em menos de 24 horas.