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Trump diz que sua diretora de inteligência estava errada sobre programa nuclear iraniano


Em março, Tulsi Gabbard, aliada ferrenha do presidente, declarou ao Congresso que os EUA consideravam que o Irã não estava trabalhando na fabricação de uma bomba nuclear. Israel amplia ofensiva e atinge 3 locais do programa nuclear do Irã

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (20) que sua diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, estava errada ao sugerir que não há evidências de que o Irã esteja desenvolvendo uma arma nuclear.

Trump contestou as avaliações de inteligência divulgadas no início deste ano por sua chefe de espionagem, de que Teerã não estava trabalhando em uma arma nuclear, quando falou com repórteres em um aeroporto em Morristown, Nova Jersey.

"Ela está errada", disse Trump.

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Foto de satélite da Planet Labs PBC mostra o reator de água pesada de Arak, no Irã, em 20 de março de 2025.

Planet Labs PBC via AP

Gabbard declarou perante o Congresso em março que a comunidade de inteligência dos EUA continuava a julgar que Teerã não estava trabalhando em uma ogiva nuclear.

Os comentários de Trump foram feitos no momento em que ele avalia uma possível atuação dos EUA no conflito entre Irã e israel. Segundo o presidente, uma decisão sobre isso deve ser tomada nas próximas duas semanas.

Nos últimos dias, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, justificou ataques aéreos contra alvos militares e nucleares iranianos alegando que o Irã estaria prestes a obter uma ogiva nuclear.

O Irã, por sua vez, nega que esteja desenvolvendo armas nucleares e afirma que seu programa de enriquecimento de urânio tem fins exclusivamente pacíficos.

O gabinete de Gabbard chegou a divulgar declarações da chefe de espionagem nas quais ela afirmava estar "na mesma página" que o presidente quanto ao status do programa nuclear iraniano.

Funcionários dos EUA mantém posição

Uma fonte com acesso a relatórios de inteligência dos EUA disse à Reuters que a avaliação apresentada por Gabbard não havia mudado.

Eles disseram que os serviços de espionagem dos EUA também estimaram que levaria até três anos para o Irã construir uma ogiva com a qual pudesse atingir um alvo de sua escolha.

Alguns especialistas, no entanto, acreditam que o Irã levaria muito menos tempo para construir e entregar um dispositivo nuclear bruto não testado, embora não houvesse garantia de que funcionaria.

Trump tem frequentemente desmentido as descobertas das agências de inteligência dos EUA, que ele e seus apoiadores acusaram – sem fornecer provas – de fazerem parte de uma conspiração do "estado profundo" de autoridades americanas que se opõem à sua presidência.

O presidente republicano entrou em choque repetidamente com agências de espionagem dos EUA durante seu primeiro mandato, inclusive por causa de uma avaliação de que Moscou trabalhou para influenciar a votação presidencial de 2016 a seu favor e por sua aceitação das negativas do presidente russo, Vladimir Putin.

Gabbard, uma fervorosa apoiadora de Trump, estava entre os apoiadores do presidente que divulgaram tais alegações.

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