As críticas do jornal O Estado de S. Paulo à gestão Lula não param. Nesta sexta-feira (19), o tema da insatisfação foi o anúncio do presidente de que pretende retomar obras de refinarias descritas pelo jornal como “faraônicas”, que se arrastaram no passado, gerando denúncias de superfaturamento e propinas no caso do petrolão.
No editorial intitulado O Brasil que Não Deveria Ter Voltado, o periódico aponta que segundo a “delirante versão petista”, a culpa pelo fracasso das obras é da Operação Lava- Jato e do ex-juiz Sergio Moro. A ideia é acusar o ex-juiz de utilizar a força-tarefa para “minar o crescimento econômico brasileiro” a fim de favorecer os interesses dos norte-americanos. Contudo, essa “fábula” deixa de lado que a Petrobras já estava em má situação antes da Lava Jato surgir, aponta o jornal.
– A desaceleração da economia chinesa a partir de 2009 derrubou os preços das commodities, inclusive do petróleo, e corroeu boa parte do retorno dos projetos da Petrobras. Como se não bastasse, a companhia passou a ser usada como instrumento para controle da inflação, vendendo combustíveis a preços inferiores aos cobrados no exterior. A desvalorização do câmbio agravou os prejuízos e levou seu endividamento a níveis insustentáveis. Sem condições de se financiar, as faraônicas obras começaram a atrasar, e algumas nunca foram iniciadas – escreveu o Estadão.
Conforme o texto, a petroleira não tinha condições de ser um “braço dos investimentos e um instrumento da política monetária”, o que resultou em prejuízos de R$ 100 bilhões.
Como exemplo, o veículo de imprensa cita a Refinaria Abreu e Lima, “uma das mais caras e menos produtivas do mundo”.
– No caso de Abreu e Lima, houve outras agravantes. A parceria com a venezuelana PDVSA, anunciada em 2005 por Lula e o caudilho Hugo Chávez, nunca foi formalizada, e o ônus da refinaria ficou todo com a Petrobras. O custo de construção explodiu, as obras se arrastaram por nove anos e os executivos das construtoras relataram superfaturamentos e propinas a diversos partidos no esquema do petrolão. Por fim, a capacidade instalada foi reduzida à metade do projeto original, o que fez de Abreu e Lima uma das refinarias mais caras e menos produtivas do mundo. Tanto que a Petrobras, quando quis se livrar do ativo, não conseguiu vendê-lo a ninguém – aponta o editorial.
O texto conclui observando que o governo brasileiro quer apostar na construção de novas refinarias em um momento em que nenhuma empresa do mundo ousa fazer o mesmo.
– Seja porque pretende se vingar da turma da Lava Jato, seja porque quer reescrever a história, Lula retoma um projeto que deveria custar 2,5 bilhões de dólares (R$ 12,3 bilhões), consumiu quase 18,5 bilhões de dólares (R$ 91,2 bilhões), deveria ficar pronto em 2011 e permanece inacabado, tornando-se símbolo da húbris lulopetista que arruinou o país – finaliza.
Publicada por: Pr. Elias Fernandes
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