Em mais uma crítica ao governo Lula (PT), o jornal O Estado de São Paulo publicou um editorial nesta segunda-feira (22) afirmando que o terceiro mandato do petista está sendo marcado por uma política de “revanchismo” e “ressentimento” como estratégia para disfarçar sua “falta de rumo”.
Como exemplo, o periódico citou a reação do governo diante da cassação do deputado federal Deltan Dallagnol (União Brasil-PR), avaliando que o Planalto agiu como se fosse “liderado por crianças pirracentas tripudiando seu desafeto”.
– Ante a decisão da Justiça Eleitoral de cassar o mandato do deputado Deltan Dallagnol, por supostamente não atender aos requisitos da legislação eleitoral, um lacônico “nada a declarar” seria a única resposta desejável de um governo responsável e cônscio de que não há tempo a perder para congregar forças aptas a enfrentar os desafios do país. Mas, ao invés disso, o governo petista, como se fosse liderado por crianças pirracentas, encontrou tempo para empregar a máquina do Estado para fabricar memes tripudiando seu desafeto – analisou o jornal.
Para o Estadão, o ressentimento brota dos “recessos mais obscuros da consciência do presidente”, atrapalhando-o de articular e planejar politicamente e sufocando as esperanças de conciliação no Brasil.
– Ao invés de jogar água na fervura, o governo sopra a brasa. Mas, muito mais que um desabafo, a euforia juvenil ante os revezes de adversários como Dallagnol sugere nervosismo e até mais: uma estratégia calculada. O governo se inclina cada vez mais a apelar à emoção, ao passado e à polarização para justificar sua presença no Planalto como um muro de contenção à barbárie bolsonarista. Mas essa cortina de fumaça não disfarça a realidade da falta de rumo, de ideias novas e de base. Neste vácuo, o revanchismo se consolida cada vez mais como política de governo – acrescenta.
No editorial, o jornal enumera os inúmeros desafios que o Brasil tem de enfrentar na educação, no déficit gerado pela pandemia, na saúde e no mercado de trabalho. O veículo ainda lamenta que o governo invista suas energias em desfazer decisões da gestão anterior, como a Reforma do Ensino Médio e o Marco do Saneamento.
– Ao invés de oxigenar o país com novas políticas, o governo se empenha em reciclar políticas passadas. Ao invés de colocar o país na rota do futuro, enfrentando desafios inéditos do presente, empenha-se em reescrever a história e apagar da memória nacional desmandos como o mensalão, o petrolão ou a recessão, como se fossem mera narrativa e injustiça da oposição. Ao invés de aprender com seus erros e caminhar para frente com o Congresso, empenha-se em desconstruir marcos criados pelo Congresso para sanar esses erros – complementa.
Por fim, o jornal faz um apelo para que o presidente refreie a si mesmo, a militância e o rancor, e passe a “fazer política de fato”.
Publicada por: Pr. Elias Fernandes
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